UFMG e CDTN criam pólo
de pesquisas industriais


Cibelle Bouças

 

U.gif (1104 bytes)Computad.jpg (61569 bytes)m novo pólo de pesquisa para a indústria está surgindo na UFMG. É o Laboratório de Microanálises, formado em parceria pelos departamentos de Física, Geologia e Química da UFMG e pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). Para analisar componentes de produtos industriais, o laboratório conta com dois equipamentos de última geração: uma microssonda e um microscópio eletrônico.
A microssonda realiza uma análise minuciosa, que detecta com precisão a quantidade e a localização de cada elemento químico do produto analisado, além de suas propriedades físicas e químicas. Com exceção do hidrogênio, lítio e hélio, todos os elementos são lidos pelo aparelho.
A análise feita pelo microscópio eletrônico é semelhante, mas o nível de detalhamento não é tão grande. "A vantagem é o tempo gasto no processo", diz o coordenador geral do Laboratório, professor Abá Cohen Persiano. Enquanto a microssonda leva alguns minutos em cada análise, o microscópio realiza a tarefa em nano-segundos (ou bilionésimos de segundo).
Para medir os elementos de cada amostra, a microssonda utiliza feixes magnético e eletrônico, de raio-X e de elétrons. O equipamento aumenta a visualização em até 10 mil vezes, permi tindo ao usuário contar átomos, um a um. "Ele possui um nível de detalhamento e precisão jamais visto em outros equipamentos", observa o professor.

Tamanha precisão na análise dos materiais permite o aprimoramento dos produtos industriais. "A microssonda mostra com exatidão a quantidade de cada componente de um ímã. Assim, futuramente, será possível desenvolver ímãs permanentes, mais fortes ou mais fracos", exemplifica Abá.

Aplicações

O equipamento facilita estudos em diversas áreas, entre elas a de super-condutores, de Biometalurgia, Gemo- logia, Geocronologia, Petrologia e Engenharia Nuclear. Os resultados, segundo o coordenador, podem ser aproveitados por empresas de todos os setores, da mineração à indústria automobilística.
Toda essa tecnologia custa caro, mas o investimento de R$ 700 mil, financiado pela Fapemig, começa a dar resultado. Em apenas dois meses de funcionamento, o Laboratório já recebeu propostas de trabalho dos centros de pesquisas da Petrobrás e da Vale do Rio Doce. "Esse é apenas o início de um novo pólo de pesquisa que começa a surgir na UFMG", prevê Abá Persiano.

 

Ambiente tem assessoria especial

Q.gif (1311 bytes)uando o assunto é meio ambiente, a preocupação da UFMG não se restringe ao destino de seu lixo. Para estabelecer uma articulação institucional em torno do tema, que vinha sendo tratado isoladamente por unidades acadêmicas e administrativas, o reitor Sá Barreto criou, em agosto, a Assessoria Especial de Ação Ambiental. À frente da nova assessoria, o professor Rogério Parentoni, do ICB, explica que a UFMG possui um conjunto expressivo de pesquisas em diferentes dimensões da questão ambiental. Na opinião do professor, isso demonstra a necessidade de uma ação articulada, não só para a produção de conhecimento interdisciplinar, como também para atender a demandas da sociedade.
Parentoni observa que a partir do acordo Agenda 21 para o Meio Ambiente, o interesse pelos estudos ambientais cresceu em todo o mundo, o que aumentou a destinação de verbas para pesquisas na área. "Um projeto bem articulado é mais elegível para buscar recursos de alta monta do que projetos isolados", diz.
Entre as atividades previstas para a Assessoria Especial de Ação Ambiental, Parentoni pretende formar um Centro Interdisciplinar de Estudos e Aplicações Ambientais, construir um banco de dados com todos os grupos de pesquisa em meio ambiente existentes na UFMG e criar cursos de extensão e de pós-graduação.

Projetos e sugestões podem ser enviados à Assessoria através do e-mail wasp@dedalus.lcc.ufmg.br