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Nº 1324 - Ano 27 - 15.08.2001

 

Pesquisadores da Química "reabilitam" piche de alcatrão

Cientistas pesquisam novos usos para resíduo do

carvão vegetal, que tem fama de poluente

 

esquisadores do Departamento de Química, do ICEx, estão "reabilitando" o piche de alcatrão, um resíduo do carvão vegetal com fama de poluente. A equipe investiga formas de empregá-lo nas indústrias de poliméricos - que produz materiais plásticos, tintas e resinas - e farmacêutica. Os estudos são coordenados pela professora Vânya Pasa.

A queima do carvão vegetal resulta no aproveitamento direto de apenas 33% do produto. O restante constitui materiais voláteis que se perderiam na fumaça. Através da lavagem e descondensação dessa fumaça, obtém-se o alcatrão vegetal que, destilado, dá origem a vários compostos, entre eles o piche, considerado um resíduo poluente, e agora começa a ser usado na fabricação de tintas, vernizes, resinas e outros produtos, antes obtidos através de derivados do petróleo.

Segundo Vânya Pasa, os materiais são similares aos da indústria petrolífera, com a vantagem de terem origem em um recurso natural renovável. "A preocupação com o efeito estufa e a degradação ambiental gera uma tendência de busca por materiais recicláveis e renováveis", ressalta.

Utilidades

Vânya Pasa conta que o alcatrão de carvão vegetal esteve em alta na década de 70, durante a crise do petróleo, como alternativa na fabricação de combustível. Com a queda do preço do petróleo nos anos 80 e 90, os cientistas passaram a investir na descoberta de novas utilidades para o alcatrão.

Na UFMG, as pesquisas começaram há seis anos. A equipe da professora Vânya Pasa trabalha com a aplicação dos derivados do alcatrão na indústria de poliméricos, onde todas as frações do produto, obtidas após sua destilação, são aproveitadas, inclusive o piche.

O material é usado na fabricação de espumas de poliuretano, que servem como isolante térmico e acústico; resinas fenólicas do tipo baquelite, utilizadas em cabos de panelas e peças internas para automóveis; tintas e vernizes, além da fibra de carbono, que é leve e resistente.

Os pesquisadores contam com apoio técnico da Fiat Automóveis, que avalia as tintas automotivas desenvolvidas, simulando situações que mostrem sua resistência, e disponibliza infra-estrutura laboratorial.

Carvoaria X reflorestamento

Apenas os grandes produtores de aço no Brasil utilizam o carvão mineral, o coque, em seu processo produtivo. Trata-se de um produto importado e com sofisticada tecnologia de processamento. Por isso, o carvão vegetal ainda é matéria-prima largamente utilizada na siderurgia brasileira, informa Vânya Pasa.

Parte do carvão resulta dos desmatamentos de mata nativa para expansão das fronteiras agrícolas - a madeira retirada é vendida às carvoarias. Outra parte vem de florestas cultivadas exclusivamente por empresas com usinas integradas, cujas instalações abrigam todos os processos de produção do aço. Elas investem em reflorestamento e em técnicas de engenharia genética para o plantio de eucalipto.

Pesquisa: Desenvolvimento de materiais poliméricos a partir de derivados do alcatrão vegetal

Equipe: Professora Vânya Pasa e os alunos de pós-graduação Marcos Prauchner, Renata Araújo, Breno Melo e Marcos César Batista

Financiamento: Fapemig, CNPq e Acesita

 

Mais de 30 mil conseguem isenção no Vestibular

UFMG isentou 31.362 pessoas do pagamento da taxa de inscrição do Vestibular 2002, o que representa 57,8% dos pedidos protocolados. O número de isenções do próximo concurso supera em 67% o de pedidos deferidos no Vestibular 2001. Esse crescimento, segundo a Comissão Permanente do Vestibular (Copeve), deve-se, em parte, à campanha de estímulo à participação de estudantes carentes no Vestibular, realizada este ano pela Universidade.

Independentemente da campanha, o número de pedidos cresceu 926% e o de isenções, 625%, entre os vestibulares de 97 e 2002. Das 4.362 vagas oferecidas no último concurso, 8,7% foram ocupadas por estudantes isentos.

As inscrições acontecem de 27 a 31 de agosto. Os candidatos, inclusive os isentos, devem adquirir o Manual do Candidato nas agências dos Correios por R$ 15; preencher o requerimento de inscrição e anexar o comprovante de pagamento ou de isenção da taxa de inscrição. Os documentos devem ser entregues em uma das agências dos Correios. Os candidatos também puderam se inscrever pela Internet, no endereço www.ufmg.br/copeve.

Os números da isenção (97 a 2002)

60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000