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Nº 1619 - Ano 34
04.08.2008

Saúde e cultura, juntas


Segunda edição da Semana da Saúde realizou mais de 11 mil procedimentos durante o 40º Festival de Inverno

Flávia Reis *

Orientações sobre nutrição e câncer de colo do útero, medição do colesterol, da glicemia e teste de acuidade visual foram algumas das ações da II Semana da Saúde, realizada de 21 a 25 de julho, no Largo Dom João, em Diamantina. O evento, que integrou a programação do 40º Festival de Inverno da UFMG, foi organizado pela Pró-Reitoria de Extensão e pela Assessoria Especial da Reitoria para a Área da Saúde. Nos cinco dias de atividades, a equipe da Semana da Saúde realizou 11.435 procedimentos, média de 2.287 por dia.

O objetivo foi fortalecer a integração da população de Diamantina com a UFMG no período do Festival. Durante as atividades, a saúde foi tratada de forma acessível, o que possibilitou ampla participação dos moradores da região. O evento foi patrocinado pela Caixa de Assistência à Saúde da Universidade (Casu) e pelo Centro de Difusão da Ciência (CDC), da Pró-Reitoria de Extensão.

Flávia Reis
saude
O estudante Samuel Santos teve a oportunidade de aplicar seus conhecimentos em oftalmologia

As atividades foram divididas em três eixos: Saúde na praça, Rua de lazer e Sessão de cinema. Na programação do primeiro, adultos e crianças mediram a pressão arterial, calcularam o Índice de Massa Corporal (IMC) e fizeram limpeza dos canais auditivos, entre outros procedimentos. A rua de lazer teve programação especial para as crianças, que receberam orientações sobre higiene, cuidados com os dentes e participaram de atividades recreativas. Já as sessões de cinema foram realizadas no Centro Cultural da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

Segundo a professora Paula Cambraia, pró-reitora adjunta de Extensão e uma das coordenadoras do evento, o número de procedimentos foi três vezes superior ao do ano passado. Além disso, novas ações foram incorporadas em resposta às demandas levantadas em 2007. “As ações só alcançaram esta magnitude porque foram construídas em conjunto com a população, gestores municipais, estudantes e professores. Durante a Semana, a Extensão materializou suas diretrizes: a relação dialógica com a comunidade, o impacto social, a interdisciplinaridade e a relevância na formação do nosso estudante”, afirma.

Formação

Na avaliação de Galton Vasconcelos, médico oftalmologista coordenador do setor de baixa visão infantil e preceptor do setor de estrabismo do Hospital São Geraldo da UFMG, o evento teve impactos positivos não só para a comunidade de Diamantina, mas também para os docentes e estudantes que dele participaram: “A Semana da Saúde aproxima docente e discente e leva informações para a comunidade. Todos ganham com ela”.

Samuel Sóstanes Santos, estudante do 6º período de Medicina, participou da Semana na equipe da oftalmologia. Em sua opinião, a oportunidade foi muito importante para desenvolver os conhecimentos e habilidades técnicas que, muitas vezes, não são tão exploradas na graduação. “Escolhi a oftalmologia porque tinha dificuldades com essa área e queria ter mais segurança para orientar um paciente”, comenta.

*Jornalista da Assessora de Comunicação da Pró-Reitoria de Extensão da UFMG

No cinema e no asilo

Pela primeira vez, Terezinha das Dores Silva Pinheiro, de 50 anos, teve o prazer de ver um filme em tela grande. Ela e os filhos, que também nunca tinham ido ao cinema, assistiram a uma sessão de Ratatouille. A amiga de Terezinha, Maria Luiza Guimarães Santos, também levou os três filhos para conhecer o cinema. A experiência do grupo pode ser definida em uma palavra: fascínio

As crianças ficaram impressionadas com a diversidade de cores, com o tamanho da tela e com as estrepolias do ratinho apaixonado pela gastronomia. O filho de Maria Luiza, Kaique, 15 anos, era um dos mais atentos. “É bem diferente do que ver um filme em casa, na TV. É maior e muito melhor”, comentou.

Visita

Outro destaque da Semana foi a visita ao asilo Frederico Ozanan, no bairro Consolação, em Diamantina. Alunos do curso de nutrição conheceram a cozinha do asilo e deram dicas de como melhorar a alimentação dos idosos. As mulheres fizeram fila para fazer as unhas, arrumar o cabelo e passar hidratante, e os homens para se perfumarem. Além disso, todos dançaram forró e jogaram bingo. A UFMG doou ao asilo produtos de higiene pessoal que serão utilizados pelos idosos ao longo do ano.

Tímida no início da visita, Francisca da Conceição, de 72 anos, logo entrou no clima. Com a ajuda de uma aluna, ela fez as unhas, passou maquiagem e se perfumou. Depois de conferir o resultado no espelho, ela jogou bingo e dançou.

Esta é a segunda vez que a equipe da UFMG visita o asilo Frederico Ozanan e faz doações. Segundo a coordenadora da casa, Jussara Tereza Maurício, os produtos doados em 2007 duraram o ano inteiro. “A gente vive de doações. Além disso, os idosos adoram a visita; é como se eles estivessem recebendo alguém em sua própria casa”.