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Nº 1641 - Ano 35
16.2.2009

Crítica ao geocentrismo condenou Galileu

Galileu

O astrônomo, matemático e filósofo Galileu Galilei nasceu em Pisa, na Itália, em 15 de fevereiro de 1564. Além de ter revolucionado a astronomia e o pensamento de sua época, ao confirmar a teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico, ele contribuiu para outros campos da ciência, como o estudo do movimento – começou a desenvolver, por exemplo, a Lei da Inércia. Também foi um dos responsáveis pela consolidação do método científico, substituindo o modelo aristotélico pelo empirismo na explicação dos fenômenos.

Galileu não inventou o telescópio, mas foi ele o responsável, em 1609, por aperfeiçoar o instrumento e fazer com que ele aproximasse as imagens dos astros em até 20 vezes. Em seus telescópios, o cientista italiano descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, quatro satélites de Júpiter e as fases de Vênus, o que contribuiu para a confirmação da teoria de Copérnico. O resultado dos primeiros experimentos está descrito na obra Sidereus nuncius – mensageiro das estrelas, em português –, editada em 1610.

Mas foi outro o livro responsável pela condenação de Galileu pela Igreja Católica. Em 1632, ele publicou Diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo, Ptolomaico e Copernicano. Trata-se de um debate entre três personagens: Salviati, partidário do heliocentrismo de Copérnico; Simplício, que defende a Teoria Geocêntrica dos gregos Ptolomeu e Aristóteles; e Sagredo, neutro na discussão, mas que acaba convencido por Salviati. Na obra, Simplício é retratado como um idiota, o que provocou a fúria da Igreja, na época defensora do geocentrismo como verdade absoluta.

Em 1633, Galileu foi condenado pela Inquisição a viver em prisão domiciliar e teve seus livros proibidos. Ao fim do julgamento, ele teria dito a célebre frase “eppur si muove” [“contudo, ela (a Terra) se move”]. Galileu morreu cego, em 8 de janeiro de 1642, numa casa em Arcetri, nos arredores de Florença. A condenação do astrônomo pela Igreja começou a ser revista na década de 1980, nos primeiros anos do papado de João Paulo II, mas apenas em 1999 ele foi absolvido formalmente.