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Nº 1682 - Ano 36
8.2.2010

‘Quiz’ da dengue

Nescon desenvolve sistema para avaliar conhecimentos de estudantes e profissionais de saúde sobre a doença

Zirlene Lemos*

Como o profissional de saúde deve proceder no atendimento a um paciente com febre e dor abdominal intensa em uma unidade básica de saúde, sem leito de observação? O risco da gestante adquirir dengue é o mesmo de qualquer outro indivíduo? Qual o tipo de preparo da equipe multiprofissional para atenção ao paciente com suspeita de dengue?

Respostas para essas e outras perguntas, feitas comumente por estudantes da saúde e pelos próprios profissionais, já estão disponíveis e podem agora ter seu uso multiplicado. Preocupados em ajudar no rápido diagnóstico e tratamento da dengue, além de auxiliar na formação dos estudantes para enfrentar esse quadro, pesquisadores do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon) da Faculdade de Medicina, em parceria com o Laboratório de Ciência da Computação (LCC) da UFMG e o Ministério da Saúde, desenvolveram um sistema online de avaliação baseado na criação de banco de dados com perguntas e respostas sobre a dengue.

O acesso ao programa é simples: os profissionais ou estudantes se cadastram na ferramenta e, em seguida, eles estarão diante de 20 perguntas que deverão ser respondidas em 1h30. Se o candidato alcançar no mínimo 70% de aproveitamento, seu certificado será emitido pelo Ministério da Saúde e imediatamente enviado para o e-mail indicado. Caso não alcance o rendimento mínimo exigido, em dois dias o candidato poderá tentar novamente, respondendo a novas perguntas sorteadas.

O coordenador do projeto, professor Edison José Corrêa, explica que a prova tem caráter formativo. “Não é um processo de fiscalização do conhecimento. O estudante ou médico responde as questões, recebe o resultado e também os comentários sobre as respostas, que podem ser estudados. Com esse material, podemos ajudar médicos, enfermeiros e estudantes a atualizar seus conhecimentos sobre a dengue, além de melhorar a qualidade da assistência integral prestada aos pacientes”, ressalta.

Decifra-me...

Outra contribuição da UFMG no combate à dengue é o kit instrucional Dengue decifra-me ou devoro-te, que acaba de ser reeditado. Foram produzidos 700 mil exemplares do kit, que estão sendo distribuídos pelo Ministério da Saúde a médicos, enfermeiros e instituições de ensino e secretarias de saúde de todo o país. O material, composto por CD-ROM com fotos, vídeos e depoimentos, também traz informações atualizadas sobre dengue na gravidez, mitos, erros e epidemiologia, além de conteúdo educativo sobre prevenção, controle e orientações específicas para o tratamento da doença.

Para Corrêa, tanto o sistema de avaliação quanto o kit instrucional contam com recursos de grande potencial didático. “Esse conjunto de materiais serve não só para uso individual, mas principalmente para práticas coletivas em escolas e outros ambientes educativos e de difusão de informações”, frisa.

Segundo o professor, o material tende a ajudar a incrementar a grade curricular das escolas da área de saúde. “A própria faculdade pode desenvolver um mecanismo para validar a avaliação, estabelecendo pontos e créditos para aferir o desempenho. Enfim, as possibilidades são várias: o material está disponível, é gratuito, universal, pode ser usado, produzido, copiado, replicado”, sugere Corrêa.

A página www.nescon.medicina.ufmg.br abriga a prova online e o kit dengue. Este também está disponível no site www.combatadengue.com.br (seção informações para os profissionais de saúde).

* Jornalista do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon) da Faculdade de Medicina da UFMG

Caça ao mosquito

Da redação

Época de chuvas e proximidade do início de semestre letivo são dois fatores que levam a UFMG e a Prefeitura de Belo Horizonte a intensificar medidas de prevenção contra a dengue no campus Pampulha. Faixas alertam para a importância dos cuidados, sessões de treinamento reúnem funcionários das áreas de limpeza e manutenção e já estão prontos seis mil panfletos que serão distribuídos aos calouros durante o processo de realização da matrícula, esta semana.
Um técnico da Gerência Regional de Controle de Zoonoses Pampulha faz plantão permanente no campus: ele visita os prédios uma vez por semana, verifica se há condições de risco, orienta funcionários e realiza o tratamento de combate à larva do Aedes aegypti. O trabalho, coordenado pela bióloga da Prefeitura Cristina Lisboa Lopes, tem participação de equipe do Departamento de Logística de Suprimentos e de Serviços Operacionais (DLO, antigo DSG).
“A região da Pampulha tem sido especialmente atingida pela dengue. Por isso, é fundamental sensibilizar a população do campus para a importância de evitar fatores de risco”, salienta a diretora do DLO, Eliane Aparecida Ferreira. Segundo ela, é dada atenção especial a bueiros, calhas e vasos de plantas nas salas, além de copos de plástico descartados, que tendem a acumular água.
Nas próximas semanas, as unidades localizadas no campus deverão receber novas chamadas para palestras de treinamento sobre as medidas de prevenção. Outras informações sobre a dengue e o trabalho de combate estão no Blog da Dengue (www.dengueblog.blogspot.com), iniciativa das equipes de Zoonoses do Centro de Saúde São Francisco e do DLO.