Busca no site da UFMG

Nº 1699 - Ano 36
14.6.2010


Hora de podar

UFMG inicia temporada de manutenção de áreas verdes; atividade altera rotina e exige colaboração da comunidade universitária

Ana Rita Araújo
Chris Okamoto
Poda de árvores no estacionamento da Educação Física

Com o fim do período chuvoso, começa na UFMG o trabalho de manutenção das áreas verdes, que inclui poda das copas das árvores para afastá-las dos prédios, liberar placas de sinalização e luminárias, e a retirada de galhos secos e ervas de passarinho.

A atividade, que se repete anualmente, passava despercebida para a maioria das pessoas que transitam pelas ruas, bosques e jardins dos campi Pampulha e Saúde. Mas com o adensamento populacional, o isolamento de trechos de ruas e de estacionamentos altera a rotina de motoristas e pedestres.

“Pela sua extensão, o trabalho não pode ser realizado apenas nos finais de semana. Assim, as pessoas precisam conviver com a interdição de algumas áreas, que pode durar horas ou um dia inteiro”, alerta o engenheiro Geraldo Motta, diretor da Divisão de Áreas Verdes do Departamento de Manutenção e Operação da Infraestrutura (Demai), vinculado à Pró-reitoria de Administração. Ele comenta que quando um pedestre afasta a sinalização e passa pelo trecho em manutenção, corre o risco de ser atingindo por galhos e troncos. “O mesmo acontece nos estacionamentos, quando motoristas ignoram as faixas de aviso e param em locais que deveriam ficar isolados”, compara.

No campus Saúde, onde as árvores estão, sobretudo, nos estacionamentos, o trabalho será realizado no mês de julho, para reduzir o impacto sobre o número de vagas disponíveis.

Segundo Geraldo Motta, nos dois campi a manutenção é realizada em cerca de oito mil árvores localizadas no entorno de prédios, ruas e estacionamentos. “Também fazemos manutenção nos fragmentos florestais nativos e nos bosques que não têm relação direta com os prédios. Nesses locais, no entanto, nosso trabalho não interfere no trânsito nem no fluxo de pedestres”, acrescenta. Já a poda dos gramados é realizada no período de chuvas.

Vistoria

A colaboração dos pedestres e motoristas também evita quebras no cronograma de trabalho, informa o engenheiro agrônomo Fábio Júnio Dornelas, da Divisão de Áreas Verdes. “Voltar em outro dia para terminar a poda em um estacionamento onde havia carros em locais interditados atrapalha toda a nossa logística, pois temos uma agenda apertada de atividades, que também depende de laudos emitidos pela gerência de áreas verdes da Administração Regional Pampulha, da Prefeitura de Belo Horizonte”, comenta.

A Divisão de Áreas Verdes precisa informar à Prefeitura sobre cada árvore a ser podada ou suprimida e aguardar autorização. O laudo de vistoria técnica para poda, supressão de árvores é minuciosamente preenchido pelos funcionários da Universidade, com dados sobre quantidade de cada espécie, nome popular e científico da planta, porte, localização, descrição do serviço, com justificativa e observações complementares. “Só quando vem a liberação é que podemos programar o serviço”, explica Fábio Dornelas.

Com base em avaliações periódicas da arborização dos campi, a equipe também realiza plantio de novas mudas e substituição de espécies. Na rua do Instituto de Ciências Biológicas, no campus Pampulha, por exemplo, estão sendo trocadas árvores antigas que sofrem ataque de pragas. “Estamos implantando novas espécies, para criar diversidade e evitar doenças”, diz Geraldo Motta. Já na avenida Mendes Pimentel, também na Pampulha, o plantio de novas mudas manterá a espécie Pau Ferro (Cesalpinia ferrea), cultivada no local nas décadas de 1960 e 70. “Optamos por preservar o Pau Ferro, devido à característica histórica marcante daquela avenida, mas estamos cultivando mudas em vasos, por períodos de até três anos, para que elas cheguem ao local com porte elevado e, portanto, mais resistentes às intempéries”, esclarece o engenheiro.

Em oito anos, mais de 30 mil intervenções

Dados da Divisão de Áreas Verdes revelam que nos últimos anos tem sido realizada média de quatro mil procedimentos de poda por ano – exceto em 2009, quando houve interrupção nos serviços devido ao não cumprimento de contrato pela empresa terceirizada.

Ano Intervençoes na arborização (número de procedimentos)
 
Poda
Supressão
Plantio
2002
2.517
74
174
2003
1.723
148
1.179
2004
4.304
251
819
2005
4.998
694
1.624
2006
4.210
300
313
2007
3.076
401
869
2008
916
518
294
2009
3.058
100
0*
2010**
385
29
101
Total
25.187
2.515
5.373
* Não houve plantio por causa dos problemas com a mão de obra terceirizada, entre outubro de 2009 e 17 de janeiro de 2010 – o período é adequado ao plantio, por causa da estação de chuvas
** Dados até maio de 2010