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Nº 1712 - Ano 37
27.9.2010
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Fred Lamêgo
Estudo realizado pela Pró-reitoria de Planejamento (Proplan), e levado a consulta pública entre os meses de junho e agosto pelo Portal da UFMG, analisou e propôs medidas para mudanças no trânsito do campus Pampulha. A providência foi tomada em função do acréscimo de veículos e pessoas provocado pela construção de novos prédios para abrigar cursos que funcionavam no Centro da cidade e pela implantação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que amplia o número de vagas ofertadas pela graduação.
O trabalho aborda questões relacionadas a transporte público e trânsito, com foco nas vagas de estacionamento. De acordo com o relatório, a UFMG conta com 5.452 vagas para atender 55 mil usuários. Essa carência tem gerado uma série de outros problemas, como carros parados de forma irregular, obstrução do trânsito devido ao grande número de veículos nas vias, morosidade do fluxo e desrespeito à sinalização viária. O documento propõe a criação de novas áreas de estacionamento, com 2.135 vagas, fiscalização e até cobrança de taxas para os usuários que vierem a ocupá-las.
Em relação ao transporte público, a intenção é reivindicar melhorias no serviço ofertado pela BH-Trans por meio da interlocução com a empresa responsável por sua gestão na capital mineira e a ampliação do sistema de transporte interno do campus. Assim, a comunidade acadêmica passaria a contar com meios eficazes de deslocamento, reduzindo a necessidade de uso de automóveis particulares. Outra medida indicada pelo estudo é a melhoria da sinalização, que já começa a ser planejada pela Administração Central.
De acordo com Maria Lúcia Malard, próreitora adjunta de Planejamento, a elaboração do estudo foi motivada pelo grande número de reclamações recebidas de usuários da UFMG devido à falta de estacionamento. Segundo ela, esse quadro se intensificará com a chegada de outras unidades ao campus Pampulha. “Com a recente vinda da Face e da Escola de Engenharia e com a futura transferência da Faculdade de Direito e da Escola de Arquitetura, o número de frequentadores aumentará consideravelmente. Sem planejamento, a situação do trânsito da região tenderia ao caos”, explica.
| Foto: Foca |
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| Estacionamento da Reitoria: vagas reservadas para servidores que trabalham no prédio |
Durante o período em que esteve aberta no site da UFMG, a consulta recebeu cerca de 120 opiniões sobre as propostas apresentadas no relatório, em sua maioria provenientes de estudantes. Um dos pontos mais controversos extraídos da consulta pública diz respeito à proposta de cobrança de taxas de estacionamento, que é aventada pela UFMG e poderá ser levada à apreciação do Conselho Universitário. Setores da comunidade universitária, no entanto, questionam a medida por considerarem ilegítimo o pagamento pelo uso de um espaço público.
Com base no estudo, algumas medidas já estão sendo executadas pela administração da UFMG e outras começam a ser estudadas. Entre as primeiras está a alteração no acesso ao estacionamento da Reitoria, em vigor desde a semana passada. O local foi dividido em duas áreas. Uma, composta por 180 vagas, é reservada aos professores e servidores que trabalham na Reitoria e a membros dos conselhos superiores e a outra, com 100 vagas, tem livre entrada. “Muitos profissionais se atrasavam por não encontrarem vagas nos arredores do prédio”, justifica o pró-reitor de Administração, Márcio Baptista. Para ter acesso à área exclusiva, o funcionário precisa ser cadastrado e afixar um adesivo no veículo.
Uma alternativa que ameniza a carência de vagas de estacionamento no campus Pampulha é o uso de área do Mineirão, recentemente incorporada pela Universidade em permuta com o governo do Estado, que pode abrigar cerca de 600 veículos.
Além disso, o sistema de transporte público interno ganhou nova linha e ampliou seu quadro de horários das viagens. “A Universidade também planeja lançar mão de micro-ônibus para auxiliar as linhas internas permanentes nos horários de grande demanda”, destaca Baptista.
O elenco de propostas inclui campanhas educativas de trânsito e o incentivo ao transporte solidário, a popular carona. Segundo Márcio Baptista, a medida, combinada com a melhoria do transporte público, poderá resultar na diminuição do número de veículos circulantes no campus, já que pretende estimular pessoas que residem próximas umas das outras a utilizarem o mesmo automóvel no deslocamento para a Universidade.