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Nº 1775 - Ano 38
14.5.2012

Cidade da inovação

Dezesseis empresas já estão instaladas no BH-TEC, que inaugura esta semana o seu primeiro edifício institucional

Da redação

Em solenidade na manhã desta quarta-feira, 16, será inaugurado o primeiro edifício institucional do Parque Tecnológico de Belo Horizonte. Associação que reúne a UFMG, o Governo de Minas Gerais, a Prefeitura de Belo Horizonte, a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), o BH-TEC inicia suas atividades com 16 empresas instaladas. A área poderá receber cerca de 200 companhias quando o empreendimento estiver completo, o que poderá ocorrer nos próximos anos.

Em 7,5 mil metros quadrados, o prédio abriga, além das empresas selecionadas em chamada pública, a Diretoria Executiva do BH-TEC, miniauditório de 40 lugares, quatro salas de reuniões, 88 vagas de estacionamento e cafeteria. O custo da obra, em torno de R$ 28 milhões, foi bancado pelo Governo de Minas conforme acordo assinado em 2005. À época, também ficou estabelecido que a UFMG cederia o terreno por 30 anos, com possibilidade de renovação, enquanto a Prefeitura se encarregou das obras de infraestrutura. No ano passado, o Conselho Universitário aprovou a mudança da cláusula do prazo de cessão, estendendo seu limite de duração para 1º de julho de 2041, sem possibilidade de renovação. A partir daquela data, todos os prédios passarão a integrar o patrimônio da UFMG.

O BH-TEC abriga empresas que atuam em áreas nas quais a pesquisa da UFMG é mais desenvolvida, como ciências da vida – biotecnologia, saúde humana e animal; tecnologias da informação e da comunicação (TICs); materiais e de processos; energias alternativas; meio ambiente; e entretenimento e cultura. “O principal produto dessas empresas é o conhecimento”, destaca o diretor-presidente do BH-TEC, professor Ronaldo Pena, ao afirmar que, com a globalização dos mercados, o avanço tecnológico é o único caminho para o desenvolvimento sustentável de qualquer nação. Segundo ele, parques tecnológicos são atrativos pela proximidade com centros de pesquisa e por criarem ambiente adequado à interação de pesquisadores, cientistas e empresários inovadores.

Trabalho conjunto

Os resultados dessa aproximação já começam a aparecer: duas das empresas hoje instaladas no Parque, que nunca trabalharam juntas, recentemente enviaram para a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) projeto para financiamento de um projeto conjunto. “Não se trata de passar o segredo industrial para o outro, mas a convivência é essencial para a transmissão de conhecimento tácito”, diz.

O BH-TEC agora se prepara para erguer seu segundo prédio institucional. Com anteprojeto arquitetônico já concluído e financiado pela Fiemg, a construção deverá contar com 15 andares, totalizando 40 mil metros quadrados de área. A opção por um prédio de grande porte se justifica pela necessidade de utilizar ao máximo o potencial construtivo do terreno, que é extremamente valioso, sobretudo, por causa da proximidade com uma universidade de pesquisa.

Além dos dois prédios institucionais, está prevista a ocupação de outros 60 mil metros quadrados do terreno a partir de licitação pública para definição dos empreendedores privados que construirão e operarão os edifícios até 2041. Para viabilizar a modelagem urbanística, econômica e legal da licitação, o BH-TEC firmou convênio com o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Como resultado, um master plan está sendo elaborado para definir, dentro de um planejamento integral, o tipo e o tamanho de cada prédio, os serviços de apoio e o anteprojeto do primeiro edifício dessa área. Com base no estudo, será aberta licitação para que empreendedores imobiliários privados invistam na construção dos novos edifícios.

O Parque está instalado em área de 535 mil metros quadrados, dos quais 350 mil são de preservação. Nos 185 mil metros restantes, além das áreas reservadas para as construções, há duas áreas de preservação permanente (APP) às margens do lago e do córrego que corta o terreno.

Ideal para gerar conhecimento

A possibilidade de integrar um ambiente de inovação e a proximidade com um centro fornecedor de mão de obra extremamente qualificada são fatores que estimulam as empresas a se instalarem no BH-TEC. É o caso da Omnimed, que decidiu instalar no BH-Tec a sua área de pesquisa e desenvolvimento de equipamentos médicos-hospitalares. A empresa é especializada em monitores de sinais vitais (para CTI e salas de cirurgia).

“A ideia é buscar integração e parcerias com universidades e outras empresas e ter acesso mais fluente a mão de obra formada por alunos de pós-graduação e iniciação científica”, afirma Rodrigo Tavares, sócio da empresa e gerente de desenvolvimento de software.

A Omnimed está concluindo no BH-TEC uma nova família de monitores, com mais tecnologia agregada e investimentos de R$ 2,5 milhões. O objetivo é integrar o equipamento à rede de informações do hospital. O médico terá acesso na tela a exames de raio-x, resultados de análises clínicas e dados administrativos”, explica Tavares. O produto deverá estar disponível até o final deste ano.

Spin-off

Outra empresa que integra o primeiro grupo instalado no BH-TEC é a Labfar (Laboratório de Estudos Farmacêuticos), spin-off do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Nanobiofarmacêutica, sediado e coordenado pela UFMG. A empresa nasceu de longa trajetória em pesquisa básica que ao longo dos anos foi ganhando aplicações, especialmente na área cardiovascular e de formulações farmacêutica com base em nanotecnologia.

“O Labfar é a ponte do INCT com o mercado e está aberto a parcerias com outros INCTs e grupos de pesquisa da UFMG, especialmente, para realizar pesquisa e desenvolvimento de produtos inovadores na área de saúde”, explica o professor Robson Santos, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Ele dirige o Labfar juntamente com os professores Rubén Sinisterra, do ICEx, e Frédéric Frezard, do ICB.

A instalação do Labfar no Parque Tecnológico deverá favorecer uma movimentação expressiva de recursos, advindos de aportes de investidores, contratos de serviços tecnológicos e transferência de tecnologia. E estão em fase avançada entendimentos com a empresa austríaca Apeiron para parcerias na área de medicina personalizada.

As empresas

Estão instaladas ou em instalação no primeiro edifício do Parque as seguintes empresas, que atuam nos setores de tecnologias da informação e de comunicação, biotecnologia, aeronáutica, automação industrial, meio ambiente, eletrônica e consultoria/gestão:

* Ecovec
* Embraer
* Labtest
* Instituto EBT
* Way Carbon
* Neocontrol
* Zunnit
* Siteware
* Labfar
* Enacom
* ATI
* Invent Vision
* Samba Tech
* Omnimed
* Take.net
* STA
* Centro de Pesquisas René Rachou, da ­Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

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