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No Brasil, apenas cerca de 11% dos jovens que terminam o ensino médio prosseguem os estudos e tornam-se universitários. O privilégio estampa uma situação de futuro difícil para o país e está, claramente, refletido nos números que traçam perfis de estudantes que têm acesso às universidades públicas. Na UFMG, esse perfil foi detalhado a partir de um amplo estudo baseado em perguntas formuladas aos candidatos que enfrentaram o vestibular em 2003, 2004 e em 2005. Os questionários deram origem ao Censo Socioeconômico e Étnico na UFMG. O trabalho lida com dados dos candidatos aprovados e, mesmo apresentando algumas dificuldades — como, por exemplo, o fato de mostrar a situação do estudante apenas na fase de ingresso na Universidade — é um documento rico para nortear inúmeras discussões sobre o rumo da instituição e, mesmo, do vestibular.

Como referencial para as análises, foi criada uma escala denominada FSE (Fator Socioeconômico), que combina renda familiar, nível de instrução e tipo de profissão dos pais, além de aspectos da trajetória escolar. O FSE é parâmetro de avaliação diferenciado de outros utilizados em análises estatísticas, porque é muito mais específico.

Retrato estudantil

De uma maneira geral, o retrato do estudante da UFMG desenhado pelo Censo é o seguinte: ele é de classe média; cursou ensino médio diurno e não profissional; veio principalmente da escola média privada, mas quase 40% é egresso da escola pública; é solteiro; autodeclara-se da raça branca; tem, em média, 20 anos (ou até 24) e passou no vestibular pouco tempo depois de concluir o terceiro ano. Esse aluno típico não trabalhava quando se candidatou ao concurso (1/4 trabalhava), reside no Estado, e pelo menos um dos pais tem curso superior. Os homens ainda representam pequena maioria, cerca de 53%, embora maior parte dos inscritos no Vestibular, 57%, seja do sexo feminino.

Este perfil global esconde expressivas diferenças entre os cursos. Arquitetura, Ciências Biológicas diurno, Economia, Engenharia Elétrica e Medicina, por exemplo, têm um contingente inferior a 20% de egressos da escola pública. Em outros casos, como por exemplo nos cursos noturnos, os egressos da escola pública chegam a ocupar mais de 70% das vagas. Os dados variam muito pouco de um ano para o outro, exceto no quesito raça, que vem registrando aumento contínuo de pretos e pardos e correspondente diminuição de brancos e amarelos.

 


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