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Atividades específicas por curso encerram hoje a recepção aos calouros da UFMG. Durante toda a semana, os novos alunos de graduação participaram de debate sobre segurança, palestra sobre reforma universitária e várias outras atividades culturais e acadêmicas. "A Semana do Calouro procura resgatar a importância do rito de passagem que é a entrada para a universidade, incorporando desde já à rotina do aluno a reflexão e a análise de temas relevantes para a sociedade", define Cristina Augustin, pró-reitora de Graduação. Os estudantes também visitaram as unidades acadêmicas e receberam informações a respeito dos principais programas e atividades oferecidos pela Universidade. O estudante Túlio Cardoso, aprovado em Ciências Atuariais, participou das palestras e considera a semana válida para a integração dos calouros. "É um período de adaptação, bom pra gente se conhecer" afirma. Já a estudante Cynthia Oliveira, caloura do mesmo curso, ressalta que a semana é boa não só para a integração dos alunos, mas também para que conheçam a estrutura física da Universidade. "Ontem fomos ao Centro Esportivo Universitário (Ceu) e já dei uma volta por aí. É bem legal, gostei da UFMG". A estudante de Psicologia Patrícia Diniz gostou da Semana e diz que a UFMG atendeu suas expectativas. "É bem como eu imaginava. Só acho que o calouro deveria ter mais assistência, principalmente para localizar os prédios" ressalta. Segurança em debate "Extrapolamos o universo da análise acadêmica", diz Robson Sávio, secretário executivo do Crisp, ao citar programas que são modelo no país, como o Geoprocessamento da Violência, que emprega tecnologia para o mapeamento do crime e a otimização dos recursos de segurança pública; os Conselhos Comunitários de Segurança Pública, com gestão comunitária e participativa; e o Programa Controle de Homicídios Fica Vivo, estratégia que envolve organizações não-governamentais, Universidade e comunidade na elaboração de estratégias para a redução de homicídios, principalmente de jovens envolvidos com o tráfico de drogas nos aglomerados mais violentos de BH e de outras cidades mineiras. Segundo Robson Reis, o Crisp oferece ao poder público mecanismos de enfrentamento da questão, "e isso pode ser dividido com os calouros, já que a violência não é um tema pontual de uma ciência específica, mas transdisciplinar", comenta. O Crisp é integrado por pesquisadores da UFMG e de órgãos públicos envolvidos com o combate à criminalidade. Tanta preocupação com a segurança se justifica. Se até 1996 Belo Horizonte ocupava o 16º lugar entre as capitais mais violentas do país, não é com orgulho que hoje ostenta o 4º lugar nesse ranking do terror. O aumento da criminalidade violenta é preocupante e exige mais do que medidas reativas dos organismos policiais ou o recrudescimento das penalidades legais. "É necessária uma gestão comunitária e participativa da segurança, com o envolvimento de outros atores no desenvolvimento das estratégias de prevenção e combate à violência", defende Robson Sávio.
A segurança foi um dos assuntos presentes na Semana do Calouro. Foram realizadas ontem, no auditório da Reitoria, mesas-redondas sobre o tema Sociedade Civil e Segurança. Durante os debates, representantes Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG, apresentaram aos calouros as atividades desenvolvidas pelo órgão, único centro da América Latina que, além das análises teóricas, também formula e implementa políticas públicas na área da segurança.