Na tarde desta quarta-feira, 7 de julho, os participantes do 2º Congresso Euro-latinoamericano de Universidades discutiram o tema Fundamentos e estratégias da cooperação universitária. A segunda mesa-redonda do dia teve como debatedor e moderador o professor Jorge González, da Universidade Nacional de Córdoba, da Argentina. Compunham o debate os professores Alessandro Finazzi, da Università degli Studi di Roma Torvergata (Itália), Josafá Carlos Siqueira (PUC/RJ), José Barata, da Universidade de Lisboa e Pedro Pablo Rosso, da Ponticia Universid Católica de Chile. O primeiro a se pronunciar foi o professor Alessandro Finazzi, que lembrou os benefícios da cooperação internacional e do intercâmbio de alunos entre universidades. "Nesse aspecto, não há perdas na cooperação internacional, uma vez que quase 100% dos alunos de graduação retornam à sua instituição de origem, levando conhecimento e experiência", afirmou. Uma de suas propostas é a de pressionar o governo e as instituições com o intuito de fortalecer os programas de mobilidade de docentes e estudantes. Ele ressaltou, ainda, o forte histórico de cooperação que une seu país à América Latina, principalmente nas áreas de direito, medicina e engenharia. Assim como entre os brasileiros, os italianos têm de se empenhar em discutir reformas nas universidades locais, como forma de homogeneizar o ensino. Segundo Alessando Finazzi, o ensino superior vive uma fase de experiência, na qual foram feitas modificações curriculares e estruturais. "Está em discussão o modelo em que, primeiramente, o aluno cursa um ciclo básico, para então escolher sua área de formação. É um projeto inovador, destinado a vários países", completa. O segundo depoimento foi do professor Josafá Siqueira, representante da PUC/RJ, que trouxe para o debate o tema Cooperação e interdisciplinaridade. Segundo ele, a própria procura pela interdisciplinaridade nas instituições de ensino superior fortalece a cooperação internacional, pois desperta o interesse dos estudantes estrangeiros. "A cooperação alimenta a interdiciplinaridade e vice-versa", afirmou Josafá Siqueira. Outro aspecto levantado pelo professor é o de que o intercâmbio de alunos favorece a queda de barreiras geográficas e liberta os "saberes fechados", restritos ao departamento de origem. "Cada novo aluno estrangeiro entra em contato com uma cultura de valores diferentes da de seu país de origem e gera muitos questionamentos. Além disso, desmonstram grande preocupação com os problemas sociais e humanísticos", completou. Para José Barata Moura, a cooperação é justamente o fundamento do trabalho universitário. Uma tendência do atual ensino superior é a da especialização e concentração do saber. Mesmo nessas áreas, como lembra o professor, o trabalho em equipe é essencial e vem ganhando espaço, além de resultar em trabalho mais rico do que a simples "soma das parcelas". "A universidade é também o lugar de recomposição, de formação de uma unidade de saber que integre os conhecimentos fragmentados", disse. Por fim, Pedro Pablo Possos apresentou a experiência da Pontifícia Universidad Católica do Chile e os desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento. Para ele, as universidades tornaram-se elementos estratégicos para a "sociedade do conhecimento", em que o principal produto em questão, como o próprio nome diz, é o conhecimento, capaz de gerar riquezas e transformar os países fornecedores de matéria-prima em exportadores de produtos com alto valor agregado. Programação Ao longo do dia, será cumprida a seguinte programação: 14h30 - Mesa-redonda IV: Instrumentos de cooperação”
Nesta quinta-feira, na mesa das 8h30, a reitora da UFMG, Ana Lúcia Gazzola, que também acumula os cargos de presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e vice-presidente do Grupo Tordesillas, fala sobre Conhecimento e globalização, tendo como moderador o reitor Pedro González, da Universidad Nacional de Assunción (Paraguai) e como debatedor Ricardo Suárez, da Universidad Nacional de Rosário (Argentina).
10h15 - Mesa-redonda III: Cooperação internacional e diversidade: o papel das redes universitárias.
Moderadora e debatedora: Cristina Robalo Cordeiro (Universidade de Coimbra, Portugal).
Marco Antônio R. Dias (Universidade das Nações Unidas): Valores e identidades em uma sociedade sem fronteiras.
Jorge Brovetto (Grupo Montevideo): Cooperação internacional: o papel das redes universitárias.
Miguel Rojas Mix (Centro Extremeño de Estudios y Cooperación): A cooperação acadêmica com base nas grandes questões que a educação superior tem que enfrentar no século XXI.
Lauro Morhy (Universidade de Brasília, Brasil): A universidade brasileira ante à diversidade: o caso da UNB.
Moderadora e debatedora: Maria Stella Coutinho Alcântara Gil (Universidade Federal de São Carlos, Brasil).
Hugo Vela (Universidade Federal de Santa Maria, Brasil): A Associação de Universidades Grupo Montevideo: vetor de conhecimento e integração no Mercosul.
Julio Theiler (Universidad Nacional del Litoral, Argentina): Mobilidade docente e intercâmbio estudantil.
Antonio Savini (Università degli Studi di Pavia, Itália, Coimbra Group): A cooperação entre as universidades européias e latino-americanas: uma oportunidade ou necessidade?.
Jorge Rodríguez Pérez (Universidad de Matanzas Camilo Cienfuegos, Cuba): Experiências e propostas sobre a integração multi-institucional no desenvolvimento das pesquisas científicas e programas de Pós-Graduação
Kirsti Koch Christensen (Universitetet i Bergen, Noruega): O processo de Bolonha, de Berlim 2003 a Bergen 2005: uma discussão sobre os instrumentos para uma maior cooperação entre universidades.
17h30 Show folclórico: Grupo Sarandeiros.