Desde de que se mudou para Diamantina, o 36º Festival de Inverno da UFMG tem o compromisso de propor agendas que beneficiem a cidade a partir de suas atividades. Proporcionar desdobramentos que gerem ações sociais, econômicas e culturais na região é uma das metas a serem alcançadas. O seminário ocorreu durante toda essa semana. Nos dois primeiros dias, os participantes visitaram localidades próximas a Diamantina para conhecer as comunidades e o que elas produzem. Nos outros dias, seguiram-se debates, aulas e discussão de cases. Eles puderam verificar que o artesanato local tem uma grande originalidade, mas ainda está longe de explorar todo o seu potencial real. A intenção do projeto é efetivar o artesanato como fonte de renda e de afirmação da identidade cultural. O artista plástico José Alberto Nemer, um dos professores do projeto, afirma que o objetivo não é apenas estudar o produto. "Nós vemos o artesanato como um objeto antropológico que é o resultado do complexo meio cultural de quem o produz . Por isso é que queremos atuar no contexto em que o artesão vive", afirma. Para Fabrício Fernandino, coordenador geral do Festival, e também corrdenadaor da área de Projetos especiais, onde se desenvolve essa atividade, é preciso tomar muito cuidado para não interferir no artesanato local, mas sim no meio em que ele é produzido. “Na realidade é muito complicado trabalhar com o artesanato, pois trata-se de uma manifestação artística extremamente original e espontânea. Você não pode chegar para o artesão e falar: faça assim, porque é assim que eles gostam em Nova Iorque”, justifica. (Alfredo Brant)
Cumprindo esse ideário, a organização do evento programou para esta edição o seminário Estratégias de aproximação entre design e artesanato a cargo do artista plástico José Alberto Nemer e da historiadora e crítica Heloísa Crocco, especialista na área.