Universidade Federal de Minas Gerais

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Guto Lacaz, que propõe no Festival o diálogo da arte com a ciência
Foto: Foca Lisboa

Guto Lacaz no Festival: uma bela "má companhia"

terça-feira, 27 de julho de 2004, às 12h16

Quem conhece o trabalho de Guto Lacaz não imagina que sua trajetória tem se dado a partir de “más companhias”. O artista, que ministra esta semana no Festival a oficina Introdução à escultura cinética ou mecânica básica para artistas, conta que caiu no mundo das artes por acidente: “Eu era um arquiteto desempregado que encontrou ‘más companhias’”. Pessoas como eu, que faziam coisas interessantes, mas não conseguiam vendê-las. Cada amigo foi me dando uma contribuição preciosa. Fazendo descobrir novas formas de atuação.”

Dessa forma, o artista descobriu que poderia transitar pelas mais diversas áreas, em especial pela ciência. “Os artistas, de modo geral, têm medo da ciência e acabam se esquecendo que, se ela for bem administrada, pode se tornar um poderoso instrumento de expressão”, explica. Ele acredita que o meio deve ser elemento de suporte da idéia. Assim, Lacaz trabalha reunindo seus conhecimentos de engenheiro eletrônico, arquiteto, artista plástico, performer, designer, e, em especial, humorista.

Oficina
Na oficina, o artista pretende fornecer aos alunos uma reflexão sobre o trabalho com o movimento. Para isso, traz as três principais máquinas da mecânica - alavanca, polia e plano inclinado- como forma de instrumento. “Gostaria que os alunos saíssem daqui com a percepção de que é possível fazer uma arte dinâmica seguindo estes princípios.”

Lacaz ainda realizará uma palestra sobre a face designer de Santos Dumont. A paixão pelo inventor é uma outra herança de uma “má companhia”. “Um amigo que tem por hábito ressuscitar artistas esquecidos me apresentou um livro sobre Dumont. Fiquei encantado com sua trajetória”. (Renata Lobato)