O nome dela é Josefa Célia Matos. Há oito anos, sai de casa no bairro Tupi, periferia da capital, e vai ao campus Pampulha para receber atendimento gratuito de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. "Sempre fui muito bem tratada", garante ela, que representa apenas um dos mais de 7,5 mil atendimentos prestados pelos cursos que, no dia 13 de outubro, comemoram 25 anos de funcionamento. Em dezembro, será entregue um dos maiores presentes: a integração espacial com a Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, onde está sendo construído o novo prédio. Com a mundança, os cursos ganham instalações mais adequadas, novos laboratórios e ambulatórios. Melhor para pacientes, professores, alunos e funcionários. Desde o primeiro vestibular, em 1979, Fisioterapia e Terapia Ocupacional formaram 1.750 profissionais e se transformaram em referência no estado por tratamentos a pessoas como dona Josefa, aliados à qualidade do ensino, pesquisa e extensão. "Na graduação, procuramos aliar a boa formação prática com a acadêmica. Nosso aluno não é mero reprodutor de técnicas, mas alguém com capacidade para avaliar o indivíduo, oferecendo-lhe as melhores opções", explica a professora Gisele de Cássia Gomes. Segundo ela, o profissional formado pela UFMG é reconhecido pela densidade técnica, com boa inclusão no mercado de trabalho. "Ao se formarem, os alunos estão habilitados a intervir nos diferentes níveis de atenção à saúde", afirma, ressaltando que eles demonstram habilidades para elaborar e implementar ações em saúde, trabalhar em equipe e desenvolver novas tecnologias. Com essas características, o egresso da UFMG tem participado ativamente da transformação do panorama da saúde em Minas. "É crescente a demanda pelos serviços prestados por profissionais da área, tanto na esfera pública quanto privada", afirma o professor Marcos Aurélio Fonseca. A boa aceitação pelo mercado de trabalho certamente deixa feliz o aluno do 10º período de Fisioterapia Cristiano Queiroz Guimarães. Depois de formado, ele pretende fazer mestrado e também montar uma empresa na área. Na reta final da graduação, o aluno faz um balanço bastante positivo do curso, que, segundo ele, tem na pesquisa o seu lado mais forte. "Participo de projetos de pesquisa com hemiplégicos há dois anos e meio", diz. O ponto frágil da graduação, para o estudante, está nas atividades práticas, ainda insuficientes. Currículo Com destaque para a flexibilização, o currículo da Fisioterapia deverá ser alterado em 2006 e será pautado pela classificação internacional de funcionalidade da OMS. "Sairemos de um modelo centrado na patologia para outro mais voltado para a capacidade funcional do indivíduo", antecipa Gisele Gomes. Atualmente, o departamento de Fisioterapia tem 42 professores, dos quais 60% são doutores. A Terapia Ocupacional conta com 20 docentes, 25% doutores e 35% mestres. Em suas histórias recentes, os cursos avançaram no sentido de estimular a qualificação do corpo docente. "O objetivo é desenvolver projetos de ensino, pesquisa e extensão para sustentar a formação acadêmica e gerar profissionais generalistas, com bases sólidas de conhecimentos", ressalta Marcos Fonseca. Pós-graduação Os cursos contam também com duas especializações. "A de Terapia Ocupacional começou a funcionar este ano com 68 alunos", diz Márcia Rezende. Segundo ela, são quatro ênfases: desenvolvimento infantil, saúde mental, gerontologia e saúde e trabalho. A especialização em Fisioterapia é mais antiga. Criada há cinco anos, formou 445 alunos. Atualmente, 100 estudantes frequentam as aulas da pós-graduação lato senso. "Eles podem optar entre as ênfases em ortopedia e esportes; geriatria e gerontologia; fisioterapia respiratória; ou neurologia", detalha Gisele Gomes. CONFRATERNIZAÇÃO
Atentos a observações como a de Cristiano e buscando adequações de formação às diretrizes do Conselho Nacional de Educação, os cursos estão alterando seus currículos. O de Terapia Ocupacional está flexibilizado e segue orientações da World Federation of Occupacional Therapists (WFOT) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). "A formação cobre toda a abrangência da Terapia Ocupacional: atividades de vida diária, trabalho ou escola, lazer ou brincar", diz a professora Márcia Bastos Rezende, chefe do departamento de TO.
Os bons ventos sopram também para a pós-graduação, que tem mestrado em Ciências da Reabilitação, avaliado com o conceito 5 da Capes, e prepara a oferta de doutorado a partir de 2006. "Dentre os 56 alunos que entraram no mestrado, com três anos de existência, 18 já defenderam suas dissertações", contabiliza Gisele Gomes.
As comemorações pelo jubileu de prata ocorrerão no auditório da Reitoria, a partir das 18 horas do dia 13 de outubro.