Grandes transformações vão marcar, em 2005, a rotina dos cursos de graduação da UFMG. "Será um ano de muito trabalho, pois estarão em andamento reformulações curriculares a partir de propostas pedagógicas para a licenciatura e para o bacharelado", explica a pró-reitora de Graduação, Cristina Augustin. Segundo ela, as propostas pedagógicas deverão se basear nas diretrizes curriculares nacionais e nas normatizações da própria UFMG. "Nesse sentido, a Câmara de Graduação está priorizando a discussão e reforma das Normas Acadêmicas que regem todas as atividades da graduação", comenta Cristina Augustin. A mudança nas licenciaturas tem como referência as Diretrizes específicas para a formação de professores do Conselho Nacional de Educação (CNE). O objetivo é buscar alternativas ao atual modelo predominante de formação, em que os alunos fazem disciplinas no seu curso de origem por três anos e concluem a licenciatura em dois períodos, realizados na Faculdade de Educação. Para a pró-reitora, as diretrizes aprovadas pelo CNE buscam, além da aquisição de competência para ensinar, incorporar conhecimentos relativos ao sujeito da aprendizagem à escola - que se encontra inserida em uma realidade social, histórica e geográfica. "Essa formação tem que ser pensada como um todo, não apenas nos últimos períodos do curso", explica Cristina Augustin. Com base nas diretrizes elaboradas pelo CNE, a Câmara de Graduação enviou, em outubro deste ano, aos coordenadores de colegiados e congregações das unidades que oferecem a modalidade licenciatura, proposta de diretrizes institucionais que serão adotadas a partir de 2005. "Pedimos a todos os cursos que nos enviassem, até novembro, sugestões ao documento. Agora a Câmara está trabalhando o texto final, que será encaminhado para a apreciação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe)", diz a professora. Ela estima que a reformulação de todos os cursos de licenciatura estará concluída até 15 de outubro de 2005. "Cabe a cada curso refletir sobre as necessidades de formação indicadas nas diretrizes e elaborar sua nova proposta pedagógica", diz a pró-reitora. Normas Acadêmicas O assunto vem sendo discutido em reuniões semanais da Câmara de Graduação e deverá ser posto em pauta, para que toda a comunidade acadêmica dê sugestões, a partir de abril do próximo ano. A maior novidade, segundo Cristina Augustin, será a elaboração de regras mais gerais e suscintas, deixando para resoluções complementares as decisões específicas. Além disso, cada colegiado deverá ter regimento próprio, o que resultará em maior autonomia para aplicar as novas normas acadêmicas. "As novas normas serão mais conceituais, estabelecendo como os cursos deverão funcionar, com base em projetos pedagógicos que levem em consideração o perfil do egresso, como alcançar este perfil e os meios para se atingir esse fim", diz a pró-reitora.
No ano que vem também mudarão as normas gerais do ensino de graduação, que definem e regulam todas as atividades discentes, como currículo, atividades extracurriculares, matrícula, preenchimento de vagas, aproveitamento de estudos, rendimento escolar e revalidação de diplomas, entre outros.