Faleceu nesta quarta-feira, 2, e foi enterrado hoje, às 16h, em Belo Horizonte o professor emérito da UFMG Raul Machado Horta. Ele tinha 82 anos e deixa viúva Maria Regina Campos Horta, com quem teve nove filhos. Nascido em Paracatu (MG), o jurista graduou-se pela UFMG na turma de 1946, da qual foi o orador. Doutorou-se na mesma faculdade, onde foi professor de Direito Constitucional, tendo lecionado essa disciplina também na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e Política Financeira, na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Era membro da Academia Mineira de Letras, onde seu corpo foi velado. Entre os inúmeros cargos que ocupou, estão o de consultor jurídico da UFMG, oficial de gabinete da Secretaria de Estado do Interior e Justiça, chefe da Assistência Jurídica da Cia. Siderúrgica Belgo Mineira e membro do Instituto dos Advogados de Minas Gerais. Como autor, deixa entre outras as seguintes obras: O controle da constitucionalidade das leis no regime parlamentar, 1953; A autonomia do estado moderno no direito constitucional brasileiro, 1964; e Estudos de direito constitucional, 1955. Homenagens Contemporâneo de Raul Machado, o ex-professor da Faculdade de Direito, Orlando Carvalho, já falecido, elogiou o colega, no dia 18 de maio de 1990, em discurso realizado na Academia Mineira de Letras. Na ocasião, Carvalho ressaltou: "O professor Raul Machado Horta passou a vida estudando as instituições e forças políticas que são o poder, o domínio do homem pelo homem, buscando evitar a violência humana e oferecer à sociedade uma melhor forma de atingir a felicidade".
Em texto dedicado ao colega e amigo, o professor Aloísio Gonzaga, atual diretor da Faculdade de Direito da UFMG, ressalta que a unidade acadêmica deve homenagear Raul Machado Horta lembrando-lhe "as virtudes intelectuais da sabedoria e da compreensão com que o estudo, a experiência familiar, profissional e social e o magistério de Direito Constitucional o adornaram. O diretor comenta, ainda, as "virtudes morais de equilíbrio da temperança, da magnificência, da honra e da modéstia, que fizeram dele o protótipo das virtudes republicanas tão escassas no Brasil de hoje".