Três dias de palestras, oficinas, sarau poético, minicursos, atividades para escolas de ensino fundamental e mostra de curtas-metragens africanos e afro-brasileiros: com essas atividades, o Centro Cultural UFMG sedia, entre os dias 1º e 3 de junho, a Semana Cultural do Senegal. O evento, realizado em parceria com o Centro Cultural Casa África, vai contar com a presença de autoridades do governo daquele país e da comunidade senegalesa radicada no Brasil. A Semana marca as comemorações da Independência do Senegal, que a comunidade senegalesa realiza há cinco anos na capital mineira. Com atividades socioeducacionais e culturais – voltadas principalmente para estudantes -, o Centro Cultural Casa África pretende tornar mais conhecida a história e a cultura do Senegal, país localizado da costa ocidental da África. O evento será aberto às 20h30 da quarta-feira, dia 1º de junho, com a mesa-redonda sobre as Relações sócio-políticas e culturais entre Brasil e Senegal, que contará com a presença do embaixador do Senegal no Brasil, Mouhamadou Doudou Lo, e outras autoridades mineiras. Cursos A história do Senegal é o tema do minicurso a cargo de Ousmane Sane, jornalista e professor, mestre em Comunicação pela UFMG. O objetivo é abordar as características geográficas e culturais do país, passando pela história dos impérios até a contemporaneidade. Também o músico Mamour Bá, radicado em Belo Horizonte há mais de 20 anos, participa do evento ministrando a oficina Expressão Rítmica, na qual os alunos trabalharão técnicas de canto, dança e percussão, nos três dias. Em Hora do Griot, Ibrahima Gaye, fundador do Centro Cultural Casa África, vai discorrer para alunos do ensino fundamental sobre a tradição africana e a presença dela na cultura brasileira. Desta atividade devem participar cerca de mil alunos de escolas de Belo Horizonte ligadas ao projeto da Rede de Inclusão e Letramento Digital (Rede.lê) da UFMG. Dos professores da Semana, apenas um não é senegalês: a esteticista e cabeleireira Dora Alves. Responsável pelo visual de diversos artistas consagrado do país, ela vai ministrar a oficina Como tratar o cabelo Afro, sobre penteados e técnicas de embelezamento. A programação da Semana inclui a exposição Artes e Artesanatos Senegaleses, que permanecerá aberta ao público até 17 de junho. A agenda cultural do evento também vai contar com exibições abertas ao público de filmes curtas-metragens africanos e afro-brasileiros, sob a coordenação do Centro de Referência Audiovisual (CRAV). As exibições acontecem às 12h30 e 16h, durante os três dias do evento. História e homenagem A independência do país, no dia 4 de abril de 1960, tornou-se um exemplo de luta pacífica liderada pelo poeta Léopold Sédar Senghor, que foi eleito o primeiro presidente do Senegal independente, libertando a nação de 106 anos de domínio francês. Em sua homenagem, os organizadores da Semana programaram um sarau poético, em que os poetas Ricardo Aleixo, Waldemar Euzébio, Benjamim Abras, entre outros declamarão a obra do poeta-presidente e poemas de celebração à liberdade. Morto em 2001, Senghor foi o fundador do Movimento da Negritude - palavra que para ele significava ''a soma total dos valores africanos'' -, que buscava negar, não apenas para os brancos, mas também para os próprios negros, principalmente os da diáspora, a falsa inferioridade intelectual dos povos africanos. Oficina de Expressão rítmica (canto, dança e percussão) Minicurso: História do Senegal Minicurso: A Sociedade Tradicional Africana e sua Organização Oficina de Penteados e Estética Afro
Quase a totalidade dos cursos programados será ministrada por professores senegaleses. O doutorando em literatura comparada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e professor titular de letras na Fundação Educacional Duques de Caxias (Feuduc), Amadou Abdoulaye Diop, apresenta, no dia 1º, às 18h15, a palestra A Tradição Oral, fundamentos das culturas, civilizações africanas e suas ramificações visitadas na poesia de Léopold Sédar Senghor e David Diop. Amadou também vai ministrar, nos dias 2 e 3, nos turnos da manhã e noite, o mini-curso A Sociedade Tradicional Africana e sua Organização.
Durante mais de trezentos anos, a ilha de Gorée, no Senegal, foi o entreposto de escravos do tráfico negreiro, onde os africanos eram confinados antes de serem enviados nos navios para a América. Não coincidentemente, o Senegal, entre os 55 países africanos, teve destaque na história como um dos países pioneiros da luta dos povos africanos pela libertação da condição de colônias européias.
Programação de cursos e oficinas
Professor: Mamour Ba
Vagas: 40
Data: dias 1º, 2 e 3
Horário: 10 às 12h / 18h15 às 20h15
Inscrição: R$ 40,00
Professor: Ousmane Sane
Vagas: 40
Data: dias 1º, 2 e 3
Horário: 10 às 12h
Inscrição: R$ 30,00
Professor: Amadou Abdoulaye Diop
Vagas: 50
Data: dias 2 e 3
Horário: 10 às 12h / 18h15 às 20h15
Inscrição: R$ 30,00
Professor: Dora Alves
Vagas: 40
Data: dias 1º, 2 e 3
Horário: 14 às 16hs
Inscrição: R$ 30,00
Serviço
Semana Cultural do Senegal
Dias 1º, 2 e 3 de junho
Centro Cultural da UFMG (avenida Santos Dumont,174, Centro, Belo Horizonte)
Informações: (31) 3238-1078 / 3238-1079 / 3344-1803