Éber Faioli |
A UFMG poderá ser a universidade referência no Brasil para o programa de formação de lideranças escolares que a Unesco começou a desenvolver na América Latina e pretende trazer para o País. O convite foi feito nesta terça-feira (26) pela diretora do Escritório Regional da Unesco para a América Latina e Caribe, Ana Luiza Machado, em reunião com a reitoria da UFMG, Ana Lúcia Gazzola, e representantes da Faculdade de Educação, Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas, Programa UFMG Jovem e Centro de Apoio à Educação a Distância. Segundo Ana Luiza Machado, a rede de lideranças escolares foi criada pela Unesco para incentivar a melhoria da qualidade da educação. “O diretor tem que ser uma pessoa que saiba abrir a escola para a comunidade e que saiba fazer com que seus professores trabalhem em equipe. Daí fizemos um programa que pretende qualificar professores e diretores para que eles se tornem líderes,porque isso tem impacto direto na qualidade do ensino”, explica. Para ser implantado em um país, o programa da Unesco precisa ser repassado para uma instituição, geralmente uma universidade. Essa instituição fica responsável por adaptar o conteúdo do programa da Unesco às realidades locais e promover a capacitação de outras instituições de ensino para que o projeto se espalhe geograficamente. Esse deverá ser justamente o papel da UFMG: “preparar outras instituições brasileiras e também oferecer esse curso aos diretores de escolas do nosso País”, explica Ana Luiza Machado. A idéia é que instituições como a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Ensino (Undime) e Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Educação (Consed) sejam parceiros do projeto e financiem os cursos para as redes municipais e estaduais. Ensino profissionalizante O MEC pretende requisitar ao governo federal esses prédios e devolvê-los à UFMG para a criação desse programa de formação básica para o trabalho. Para isso, a UFMG teria o apoio da Unesco, que tem um Instituto Internacional de Educação Técnico Vocacional. “A Unesco pretende oferecer a experiência desse instituto para apoiar a reitoria a montar um curso que seja para formar os jovens para o trabalho laboral”, explica Ana Luiza Machado. Segundo a reitora Ana Lúcia Gazzola, diante da complexidade dos problemas no campo educacional que o País e a região da América Latina e o Caribe enfrentam, é necessário trabalhar em rede e consórcios. “Não há possibilidade de que ações institucionais isoladas possam dar conta da complexidade da tarefa. A UFMG se integrará a essas diferentes redes organizadas pelo escritório regional da Unesco e vê com muitos bons olhos e otimismo a possibilidade de troca de experiências e acesso a experiências bem sucedidas que possam nos ajudar bem e de forma produtiva nossas possibilidades”. Sobre a atuação no programa de formação básica, a reitora Ana Lúcia adianta que o prédio da Engenharia deverá ter cursos profissionalizantes nas áreas técnicas e o prédio da Faculdade de Ciências Econômicas para educação para o trabalho no campo de serviços. “Como apoio da Unesco, que tem uma sólida experiência nesse campo, esperamos ter condições de propor ao MEC um projeto inovador que fará boa ocupação dos prédios que vendemos mas que continuaremos ocupando”.
A Unesco e a UFMG também começaram a discutir uma parceria que possibilite à UFMG atuar na formação básica para o trabalho. Segundo a reitora Ana Lúcia Gazzola, o futuro ministro da Educação, Fernando Haddad, demonstrou interesse em desenvolver um programa de qualificação profissional em parceria com a Universidade. Para isso, seriam usados os prédios localizados no Centro de Belo Horizonte que a UFMG vendeu para o governo federal recentemente como parte do projeto Campus 2000, que está levando para o campus Pampulha algumas unidades que funcionavam no Centro, como a Escola de Engenharia, nas imediações da Praça da Estação, e o prédio da Faculdade de Ciências Econômicas (Face).