O corpo da funcionária Elizabeth de Souza Pinheiro, desaparecida tragicamente em 1999, será sepultado neste domingo, 2, às 10h, no cemitério Parque da Colina. Segundo o irmão de Elizabeth, Helvécio de Souza, embora triste, a família está aliviada, após seis anos de incertezas. Elizabeth de Souza Pinheiro era secretária-geral do Instituto de Ciências Exatas (ICex) e desapareceu, aos 38 anos, no dia 10 de março de 1999. O fato causou grande consternação na comunidade universitária, tendo então mobilizado esforços de seus colegas, superiores imediatos e da Aministração Cental da Universidade. Desde o primeiro momento, a UFMG ofereceu toda a colaboração necessária às autoridades encarregadas da investigação e chegou a conseguir a cooperação da Polícia Federal, considerando que Elizabeth era servidora de uma instituição pública federal. Atos de solidariedade também foram realizados, como o que aconteceu dia 17 de março, no ICEx, "com o objetivo de criar uma corrente de força positiva para Beth, onde ela estiver", nas palavras do então diretor da Unidade, professor José Francisco Soares. Direitos assegurados "A Universidade procurou resguardar todos os direitos da servidora. O próprio processo de exoneração, posteriormente assinado pelo Ministro da Educação, continha a ressalva de que, a qualquer tempo, ela poderia pleitear sua reintegração ao cargo, caso comprovasse que seu desaparecimento não fora intencional", explica a reitora Ana Lúcia Gazzola, à época vice-reitora da UFMG. Decorrido o prazo de dois anos – previstos na lei – a família abriu processo para declaração da morte presumida de Elisabeth de Souza Pinheiro e, a partir de 23 de julho de 2002, a UFMG passou a pagar pensão ao filho da funcionária.
O desaparecimento de Elizabeth criou uma situação inusitada quanto à condição funcional da servidora, que obviamente deixou de comparecer ao trabalho. Tendo em vista reguardar os direitos da funcionária e de seus dependentes, a Universidade observou todos os procedimentos previstos na lei, entre eles a abertura de processo administrativo no qual ela foi representada por um servidor nomeado como defensor dativo.