Com apoio financeiro do Ministério da Educação (MEC), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realiza nos meses de novembro e dezembro a seleção de 150 professores indígenas para o curso Formação Intercultural de Professores, o primeiro oferecido pela instituição. Para esta ação, a UFMG conta com o apoio também da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Secretaria de Educação de Minas Gerais (Seduc/MG). Os recursos - R$ 500 mil para as três primeiras etapas - são do Programa de Apoio à Implantação e Desenvolvimento de Cursos de Licenciatura para a Formação de Professores Indígenas (Prolind), provenientes dos orçamentos das secretarias de Educação Superior (SESu/MEC) e de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC). De acordo com a coordenadora do curso na UFMG, Lúcia Helena Álvares Leite, a formação vai durar cinco anos, com etapas intensivas presenciais na Universidade e acompanhamento nas aldeias durante os projetos de pesquisa. Parceria Lúcia Álvares Leite disse que nas fases presenciais os 150 professores ficarão hospedados no alojamento do Estádio Mineirinho, que fica próximo à Universidade. Nesta primeira turma, vão participar professores de sete dos oito povos indígenas que habitam o estado: Xacriabá, Maxacali, Krenak, Pataxó, Xucuru-Cariri, Pankararu e Caxixó. O povo Aranã ainda não tem alunos com o ensino médio completo. Abrangência Foram selecionadas para o Prolind em 2005 as Universidades federais de Minas Gerais, de Roraima, do Amazonas, de Campina Grande, da Bahia e de Tocantins; e as estaduais de Londrina (PR), da Bahia, de Mato Grosso do Sul (dois projetos), do Oeste do Paraná e do Amazonas. De acordo com o coordenador de Educação Escolar indígena da Secad, Kleber Gesteira, quatro instituições receberão recursos do MEC para custeio de bolsas de estudos a alunos indígenas que estejam vinculados a projetos de pesquisa nas suas aldeias. São as federais da Bahia e de Tocantins e as estaduais de Mato Grosso do Sul e do Oeste do Paraná. (Assessoria de comunicação do MEC)
Na parceria, cabe ao MEC e à UFMG oferecer o curso, os professores e os laboratórios; a Funai se responsabiliza pela estada e alimentação durante a fase presencial; a Seduc cobre os deslocamentos dos professores das aldeias para Belo Horizonte e vice-versa.
O Prolind vai aplicar, em 2005/2006, R$ 3,1 milhões em 13 programas selecionados. Deste total, R$ 2,1 milhões são do orçamento da Secad e R$ 1 milhão da SESu. O programa apóia três tipos de ação de instituições públicas de ensino superior: para implantação e manutenção de cursos de licenciaturas específicas para a formação de professores indígenas; para elaboração de projetos de cursos; e para permanência de alunos indígenas na Universidade.