A Faculdade de Educação (FaE) da UFMG promove, nesta segunda e terça-feira, 19 e 20 de dezembro, vestibular para a população indígena de Minas Gerais. A seleção é para o Curso de Formação Intercultural de Professores. O processo seletivo será diferente do vestibular tradicional. No primeiro dia de provas, os candidatos deverão entregar memorial e carta de apresentação, escrita por representantes da comunidade indígena, além de realizar atividades de leitura e escrita. No dia seguinte, os candidatos passarão por entrevistas. A seleção acontece em Belo Horizonte, na FaE, e na aldeia Xacriabá, próximo ao município de Januária. O resultado será divulgado 15 dias após a realização do processo seletivo. O curso tem início no dia 13 de março e beneficiará sete povos indígenas de Minas Gerais: Xacriabá, Maxacali, Krenak, Pataxó, Caxixó, Xukuru-Cariri e Pankararu. O curso é financiado com recursos do edital do Programa de Apoio à Implantação e Desenvolvimento de Cursos de Licenciatura para Formação de Professores Indígenas (Prolind), aberto pelo Ministério da Educação, que dispnibilizou R$500 mil para a licenciatura indígena. Graduação Com estrutura diferenciada, a graduação é composta por módulos de aprendizagem e grupos de trabalhos que acontecerão, na UFMG, durante quatro semanas. Etapas intermediárias, realizadas nas comunidades, também fazem parte do curso. O estudante, que também é professor na comunidade indígena, deve realizar projetos de pesquisa, sob a orientação de monitores do projeto. Ao final de cinco anos, 150 alunos estarão aptos a atuar como professores dos ensinos fundamental e médio. A Funai destinará R$ 372 mil anuais ao Curso de Formação Intercultural de Professores e, a Secretaria de Estado de Educação, R$ 89 mil. A Universidade será responsável pelo corpo docente, espaço físico e equipamentos. Além do projeto da UFMG, foram selecionadas, para o Prolind, em 2005, licenciaturas das universidades federais de Roraima, do Amazonas, de Campina Grande, da Bahia e de Tocantins; e as estaduais de Londrina (PR), da Bahia, de Mato Grosso do Sul, do Oeste do Paraná e do Amazonas. Gerido pela Universidade e pelo Movimento Indígena, o projeto de licenciatura foi elaborado no final de 2004, a partir da demanda do movimento indígena, que procurou parceria com a FaE. Durante o ano de 2005, a iniciativa foi analisada e aprovada pelas instâncias universitárias, e pelo Edital da Prolind.