A coordenação do Curso de Formação Intercultural de Professores da UFMG divulgou nessa quarta-feira, 4 de janeiro, o resultado do processo seletivo ao curso de licenciatura para professores indígenas. O curso é destinado à população indígena de Minas Gerais e foram aprovados 121 candidatos. De acordo com a coordenação do curso, houve 131 inscrições para um total de 150 vagas. "Pelo menos sete candidatos da tribo Maxakali não conseguiram chegar ao local da prova, devido às chuvas", esclarece Lucia Helena Alvarez Leite, coordenadora do curso. Devido ao não preenchimento de todas as vagas, a Universidade vai abrir novo edital em março, com o objetivo de ampliar oportunidades a segmentos da população indígena que não puderam participar do processo seletivo. Lúcia Helena explica que, com isso, o início das aulas, previsto para março, será adiado para o final de abril. O vestibular para o Curso de Formação Intercultural de Professores aconteceu nos dias 19 e 20 de dezembro. O processo seletivo foi realizado de forma diferente do vestibular tradicional. Os candidatos entregaram memorial e carta de apresentação, escrita por representantes da comunidade indígena, realizaram atividades de leitura e escrita, e se submeteram a entrevistas. Confira aqui a lista dos aprovados. O curso Voltado para a formação de professores indígenas, o curso, com duração de cinco anos, se inicia em abril de 2006. O objetivo é formar professores em nível superior, de sete povos indígenas de Minas Gerais: Xacriabá, Maxacali, Krenak, Pataxó, Caxixó, Xukuru-Cariri, Pankararu. Para funcionar, o curso obteve recursos do edital do Programa de Apoio à Implantação e Desenvolvimento de Cursos de Licenciatura para Formação de Professores Indígenas (Prolind), aberto pelo Ministério da Educação. Ele será ministrado através de módulos presenciais e não-presencias. O curso é gerido pela Universidade em parceria com o movimento indígena. Elaborado no final de 2004, a partir da demanda dos povos indígenas, o projeto obteve a aprovação da UFMG em 2005. O edital do Prolind disponibilizou R$ 500 mil para a licenciatura indígena. A Funai destinará R$ 372 mil anuais e a Secretaria de Estado de Educação, R$ 89 mil. A UFMG entra com o corpo docente e os equipamentos. Além do projeto da UFMG, foram selecionadas para o Prolind, em 2005, licenciaturas das universidades federais de Roraima, do Amazonas, de Campina Grande, da Bahia e de Tocantins; e as estaduais de Londrina (PR), da Bahia, de Mato Grosso do Sul, do Oeste do Paraná e do Amazonas.