As Condições da Saúde dos Trabalhadores da Saúde é o tema de seminário internacional que vai reunir representantes de nove países da América Latina, dos Estados Unidos e Caribe, de 22 a 27 de janeiro, em Ouro Preto. O evento é uma iniciativa da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFMG (Nescom), e vai contar com a participação do ministro da Saúde, José Saraiva Felipe e da reitora Ana Lúcia Gazzola. O objetivo do encontro é proporcionar a troca de experiências para que seja elaborado plano estratégico destinado à melhoria das condições de trabalho no setor de saúde. Considerados um grupo populacional que cumpre um dos mais importantes papéis sociais e humanitários, os trabalhadores da área de saúde, numericamente, também ocupam posição expressiva, especialmente na América Latina, Estados Unidos e Caribe, onde totalizam cerca de 20 milhões de profissionais. A extensão e diversidade desse contingente, contudo, também revela a dimensão e gravidade de problemas que compartilham no exercício profissional. Funcionários estressados, sobrecarga de trabalho e baixos salários fazem parte do panorama que os especialistas nomeiam como estado de "precarização" do trabalho na área de sáude. “Não há como pensar em saúde sem se pensar na saúde dos trabalhadores do setor", diz Francisco Campos, professor da Faculdade de Medicina e secretário de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde, do Ministério da Saúde. Ele lembra que a questão é ainda mais relevante num setor em que o trabalho não pode ser automatizado. "O contato humano, o fator humano, será sempre imprescindível na área de saúde", reflete. O impacto das condições de trabalho na qualidade do serviço prestado pelos profissionais também é avaliado pela professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Ada Assunção, como uma questão essencial, em especial para o desempenho dos sistemas de saúde. "A qualidade do cuidado ao usuário depende da segurança das instalações de trabalho, da melhoria das condições de trabalho do profissional de saúde, de sua saúde mental, de investimentos em sua capacitação, em cestas básicas e em saúde preventiva como por exemplo, vacinação”, afirma. A importância do tema e do problema, que ocorre em todo o mundo, foi fator decisivo para que a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolhesse 2006 como o ano dos Recursos Humanos em Saúde. No Brasil, o Ministério da Saúde adotou as mesmas diretrizes e pretende utilizar as discussões e orientações do seminário no plano de ação para o setor da saúde do governo federal. Participantes Demais informações podem ser obtidas na sede do Núcleo de Pesquisa em Saúde Coletiva (Nescom), localizado no 9º andar do prédio da Faculdade de Medicina da UFMG, à avenida Alfredo Balena, 190, telefones (31) 3248-9673 / 3248-9677, e-mail seminariost@medicina.ufmg.br.
O seminário Condições da Saúde dos Trabalhadores da Saúde vai acontecer no Hotel Solar Nossa Senhora do Rosário, em Ouro Preto. Estão previstas as participações de José Saraiva Felipe , ministro da Saúde; Ana Lúcia Almeida Gazzola, reitora da UFMG; José Paranaguá de Santana, da Opas; Geraldo Brasileiro Filho, diretor Faculdade de Medicina da UFMG; Francisco Campos, assessor do Ministério da Saúde; Marta Novick, representante da Argentina; José Manuel Valverde, representante da Costa Rica; Ciro Etchegaray, representante do Peru; Rodrigo Lavaderos, representante do Chile; Guadalupe Alarcon, representante do México; Pedro Brito, Luis Galvão, Maritza Tennasee, Manuel Anton, Charles Godue, Carlos Rosales, da OPS em Washington; Gerry Eijkemans, representante de Genebra, José Temporão, José Agenor Álvares da Silva, Luiz Fernando Rolim Sampaio, Maria Helena Machado e Célia Pierantoni, do Ministério da Saúde; Marçal Jackson Filho, da Fundacentro, Ada Ávila Assunção e Elza Machado de Melo, professoras da Faculdade de Medicina da UFMG; Soraya Belisário, coordenadora do Nescon e Raphael Aguiar, pesquisador Nescon.