A Comissão Permanente do Vestibular da UFMG (Copeve) acaba de divulgar a lista dos textos filosóficos a serem lidos, no Vestibular 2007 da Universidade, pelos candidatos aos cursos de Filosofia e Direito. A Copeve ressalta que as traduções brasileiras podem ser encontradas na Biblioteca da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da (Fafich) da Universidade. Confira a relação de textos: PLATÃO. Críton, ou do dever. Além das traduções brasileiras, esgotadas, há no mercado uma edição portuguesa:Apologia de Sócrates/Críton. Edições 70. HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano. Seções I e II. Há edições esgotadas do texto. Ele se encontra também na coleção Os Pensadores. FREUD, Sigmund. O mal estar na civilização. Partes III, IV e V. Há várias edições do texto, que se encontra também na coleção Os Pensadores. Literatura “Trata-se de dois grandes romancistas do século 19 e dois poetas do século 20. Ao mesmo tempo, buscamos resgatar a excelente prosa de Nélson Rodrigues, faceta do autor, que, muitas vezes, é ofuscada por sua também ótima dramaturgia”, explica, ao ressaltar que todas são requintadas e de boa leitura. “Os alunos precisam ter contato com o que há de melhor na literatura brasileira”, completa. Confira a lista completa das obras literárias: Senhora, de José de Alencar O romance Senhora (1875) foi um dos últimos publicados por José de Alencar. Ele é, portanto, um romance da maturidade do autor. Como Diva e Lucíola, pertence à galeria dos perfis de mulher e ao grupo dos romances urbanos, em que estão representados alguns aspectos essenciais da vida social no Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX. O tema central de Senhora é o casamento por interesse e conveniência. O enredo do romance constitui um tratamento formal dado a esse tema pelo romancista. No panorama do Romantismo brasileiro, destaca-se como uma das obras mais importantes. Quincas Borba, de Machado de Assis O romance Quincas Borba, publicado em 1891, pertence, juntamente com Memórias póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires, ao conjunto de romances da chamada segunda fase da carreira de Machado de Assis. Nesse romance são abordados temas como o adultério, a exploração do homem pelo homem e a loucura. Embora não tenha sido privilegiado na fortuna crítica, trata-se de um dos mais impactantes romances do autor. História do Brasil, de Murilo Mendes Murilo Mendes foi um dos mais importantes poetas modernistas brasileiros. Estreou em 1930, com o livro Poemas. História do Brasil, seu segundo livro publicado, apareceu em 1932. Com essa obra, o poeta confirmou sua inserção no espírito modernista dos manifestos de Oswald de Andrade (Manifesto da Poesia Pau-Brasil e Manifesto Antropófago) e sua adesão ao espírito crítico-irônico de obras como Macunaíma, de Mário de Andrade. É uma obra pouco conhecida de um dos maiores poetas do Brasil. Viagem, de Cecília Meireles Viagem, de Cecília Meireles, foi publicado em 1939, tendo sido premiado pela Academia Brasileira de Letras. Foi ele o primeiro grande livro reconhecido da autora. Eminentemente lírica, Cecília Meireles é, até hoje, uma das mais altas vozes da poesia brasileira – a mais espiritualizada delas. Sua poesia serve bem de antídoto à brutalidade dos tempos atuais. A menina sem estrela, de Nelson Rodrigues
No mês de abril, a Copeve divulgou a lista dos livros de literatura indicados ao Vestibular 2007, que devem ser lidos por todos os candidatos do concurso. Segundo o coordenador geral do Vestibular, professor Marcus Vinícius de Freitas, a escolha das obras privilegiou o cânone das letras nacionais: Machado de Assis, José de Alencar, Cecília Meireles, Murilo Mendes e Nélson Rodrigues.
Grande parte da obra de Nelson Rodrigues – os romances, as crônicas, os contos e suas memórias – ficou à sombra de sua obra teatral, que marcou definitivamente a história do teatro brasileiro no século XX. A menina sem estrela é um conjunto de 80 crônicas escritas quando o autor tinha 55 anos de idade e publicadas entre 18 de fevereiro e 31 de maio de 1967 n’O Correio da Manhã, importante jornal diário carioca. O conjunto completo dessas crônicas, em forma de livro, só veio à luz em 1993. Essa obra, de cunho memorialístico, revela a acurada e exigente consciência artística do grande Nelson Rodrigues. (A Comissão Permanente do Vestibular não recomenda a primeira edição desta obra, que saiu incompleta e com outro título)