Autoridades, funcionários e alunos da UFMG, prefeitos e moradores da região do Vale do Jequitinhonha compareceram à cerimônia de abertura das comemorações dos dez anos do programa de extensão Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, realizada nesta quinta-feira, 11, no auditório da Reitoria, no campus Pampulha. O Pólo é um dos programas de maior impacto social desenvolvidos pela Universidade e beneficia milhares de habitantes da quarta região mais carente do mundo por meio de 73 projetos nas áreas de cultura, educação, geração de ocupação e renda, meio ambiente, saúde e desenvolvimento regional. Na abertura da solenidade, o reitor Ronaldo Pena ressaltou a satisfação em estar à frente da instituição em uma comemoração tão especial e reafirmou o compromisso da UFMG com a região. "O Pólo é um exemplo típico da preocupação da Universidade com os problemas reais da sociedade brasileira, reforçando o olhar da UFMG com importantes questões sociais do Estado", afirmou. A pró-reitora adjunta de Extensão, Paula Cambraia de Mendonça Vianna, salientou a importância da ação do programa ao longo desses dez anos na comunidade do Vale do Jequitinhonha, produzindo "melhoria efetiva" na vida dos moradores. UFMG no Vale João Antônio de Paula afirmou que o programa é um dos pioneiros dentro da atuação da UFMG além do eixo da Região Metropolitana de Belo Horizonte e enfatizou a importância de a Universidade trabalhar com uma tema tão desafiante e que visa a promoção do desenvolvimento econômico e cultural do país. João Antônio de Paula reforçou o caráter positivo do projeto em reunir a tríade pesquisa, ensino e extensão - numa articulação que obtém resultados promissores em cada área, e abordou o relevante trabalho interativo que o programa desenvolve entre a UFMG e a comunidade. O professor João Antônio explicou a importância do conceito de desenvolvimento econômico adotado pelo Pólo, cuja aplicação trouxe sucesso ao programa. "O conceito de desenvolvimento econômico do programa é o de promover um processo de mudanças estruturais, que consiga distribuir renda, riqueza e informação", destacou. Ele acrrescentou que "a universidade pública atua como um sujeito ativo no desenvolvimento da região, agindo da economia à cultura e perpassando pela área ambiental". O vice-presidente da Ameje, Averaldo Moreira Martins, classificou como "fantástico" o papel realizado pela UFMG no Vale do Jequitinhonha. "Esses dez anos de projeto devem ser louvados, uma vez que pode-se observar a intervenção direta da ação da Universidade na vida dos moradores do Jequitinhonha", disse. Averaldo Martins destacou ainda a importância da troca de informações entre os habitantes da região e a UFMG para o fortalecimento do projeto e da cultura local. "Merece destaque o fato de que, a partir da ação cumprida pela UFMG, os moradores também veêm criando e desenvolvendo novas alternativas e atividades visando a melhoria da qualidade de vida", expõe. Conquistas Conhecido por sua grande riqueza cultural e pela pobreza de sua população, o Vale do Jequitinhonha sofre com intenso fluxo migratório, causado, sobretudo, pela pequena oferta de emprego local e baixa taxa de urbanização. Marizinha disse ainda que, para a UFMG, a ausência de alternativas profissionais e de ocupação dessa faixa da população é um dos problemas mais graves da região e, por esse motivo, a Instituição deverá incrementar suas ações na área. Na ocasião, Marizinha informou o mais novo projeto do Pólo: a implementação de cursos de formação profissional para jovens da região em parceira com o Senac. Site O espaço virtual é o primeiro passo do programa em direção à centralização de uma série de dados produzidos pelos seus projetos, atualmente aglutinados em torno dos eixos: cultura, ocupação e renda, educação, meio ambiente e saúde. Essas cinco área também funcionam como links de acesso, na página da web, aos trabalhos do programa Pólo. "O sítio é uma espécie de espaço de referência, em que público, pesquisadores e estudantes podem obter informações sobre as atividades do programa, além de conteúdos gerados por pesquisas realizadas pela universidade na região, nos últimos dez anos", diz Sônia Queiroz, que também coordena da área de cultura do programa Pólo do Jequitinhonha. A exposição oral Histórias do Vale, com Flávia Filomena, Josiley Souza e participação especial de Geraldo Mattos, encerrou o evento. Durante todo o ano, a Universidade deverá promover atividades comemorativas da data, com o objetivo de tornar os resultados obtidos pelo programa mais conhecidos e promover a reflexão sobre suas pesquisas e atividades junto à população.
Após a solenidade, ocorreu mesa-redonda sobre o tema A participação da UFMG no desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha, com exposições do professor da Faculdade de Ciências Econômicas (Face), João Antônio de Paula, do vice-presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Jequitinhonha (Ameje) e prefeito da cidade de Virgem da Lapa (MG), Averaldo Moreira Martins, e da coordenadora do Pólo, Maria das Dores Pimentel Nogueira Gonçalves.
A coordenadora executiva do programa, Maria das Dores Pimentel Nogueira Gonçalves, a Marizinha, relatou as diversas conquistas do programa, que atualmente atinge 56 municípios da região, situada no Nordeste de Minas. "O Pólo concretiza o compromisso social da UFMG, enquanto instituição pública, em buscar soluções para os problemas da comunidade", afirmou.
No evento, foi lançado, oficialmente, o novo site do programa. O trabalho de reconstrução da página começou no final de 2005, sob a coordenação da professora da Faculdade de Letras (Fale), Sônia Queiroz. Trabalhando com o conceito e a imagem de rede - que integra diversos caminhos - o sítio abre, ao público, a possibilidade de conhecer parte dos 70 projetos da Universidade realizados no Vale, e de interagir com os seus coordenadores.