Universidade Federal de Minas Gerais

Eber Faioli
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Começo de conversa: reitor Ronaldo Pena e secretária Maria do Pilar Lacerda discutem futuro da creche universitária

Reitor propõe à Prefeitura de Belo Horizonte municipalização da creche da UFMG

quinta-feira, 20 de julho de 2006, às 18h02

O reitor da UFMG, Ronaldo Pena, apresentou, na tarde desta quinta-feira, 20, à secretária municipal de Educação de Belo Horizonte, Maria do Pilar Lacerda, proposta de municipalização da creche universitária, o Centro de Desenvolvimento da Criança (CDC), localizado no campus Pampulha.

A unidade, construída em 1990, é gerida por uma associação de pais. O CDC recebe repasse anual de R$180 mil reais da Universidade – dinheiro insuficiente para sua manutenção. Dessa forma, vive um impasse: apesar de ter disponível 550 vagas para crianças de zero a seis anos, só consegue o preenchimento de metade delas.

O motivo para os bancos vazios é o preço cobrado. Como a creche funciona de forma autônoma, sendo uma instituição privada, a mensalidade varia de R$380 para o jardim-de-infância a R$430 para o maternal.

O reitor da UFMG reconhece que o valor alto afugenta muitos pais. “Atualmente, a creche tem excelência no plano educacional, mas, por ser cara, não consegue ter relevância social”. Ronaldo Pena acredita que, com a parceria com a prefeitura, essa realidade possa ser mudada.

O reitor propôs que, na fase inicial de transição, os atuais alunos sejam mantidos. Ele apresentou ainda proposta para que metade das vagas continuem reservadas à comunidade universitária. Hoje, esse número é de 70%, sendo o restante destinado ao público externo. Em troca, a Universidade faria treinamento de professores da rede municipal.

Maria do Pilar Lacerda recebeu a oferta com otimismo e afirmou que vai submetê-la ao prefeito Fernando Pimentel. Contudo, disse que, se aceita, todas as vagas da creche deverão ser públicas e sorteadas, conforme exige a legislação municipal. Ela concluiu, dizendo que esse foi apenas um “início de conversa” e que “resta ainda muita negociação até que a parceria seja concretizada”. O reitor, por sua vez, adiantou: “Estamos dispostos a negociar”.

Quanto ao futuro dos 57 funcionários, o impasse ainda não tem solução. Atualmente, eles são contratados pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Mas, se a creche for municipalizada, todos precisarão ser servidores do município aprovados em concurso.