A UFMG acaba de obter sua 9° carta-patente internacional. Trata-se de teste para detectar a anemia infecciosa eqüina, doença grave e incurável que atinge cavalos, jumentos, burros e mulas. O teste foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e da Escola de Veterinária. O grupo do ICB, coordenado pelo professor Paulo César Peregrino, é o mesmo que conseguiu a primeira patente internacional da UFMG, ao descobrir um novo tipo de proteína do grupo dos interferons, usados no tratamento da hepatite B e da esclerose múltipla. Segundo o profesor Rubén Dario Sinisterra Millan, coordenador de Transferência e Inovação Tecnológica da UFMG, o processo de depósito de pedido de patentes em outros países é caro e sofisticado, e a Universidade tem investido em recursos humanos, preparando-se para incrementar a obtenção de novas cartas-patentes internacionais. Atualmente a UFMG possui 34 patentes internacionais em análise - sendo examinadas em diversos países -, nove já concedidas, 167 patentes nacionais, três já concedidas e 164 em análise (em exame pelo INPI). A UFMG possui também 19 marcas registradas. Estudos começaram há 12 anos Segundo o professor Rômulo Leite, o trabalho em conjunto com o Laboratório de Vírus do ICB permitiu o uso da tecnologia de reprodução do antígeno, fundamental para o desenvolvimento de testes do tipo Elisa. Em 2001, quando o teste foi divulgado, o professor Paulo Peregrino afirmou que a possibilidade de retorno em forma de recursos é resultado de um esforço para disponibilizar tecnologia avançada para a iniciativa privada. "Nosso objetivo é fazer ciência. A patente é uma conseqüência do trabalho. Ela é importante porque salvaguarda o seu direito de uso para o Brasil", disse Peregrino à época. Leia mais.
Os estudos do teste-diagnóstico para anemia infecciosa eqüina começaram na Escola de Veterinária, em 1993, com participação do Laboratório de Doenças a Vírus do Departamento de Medicina Preventiva Veterinária e de dois pesquisadores que, na época, concluíam o doutorado: Jenner Karlisson Pimenta dos Reis, professor do Coltec, e Isabela Bias Fortes Ferraz.