O Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT) realiza, no dia 11 de setembro, às 14 horas, no auditório professor Luiz Pompeu, na Faculdade de Educação da UFMG, a conferência O Processo de Bologna e seu impacto na educação superior brasileira, a ser proferida pelo professor Jorge Júlio Landeiro Vaz, do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa (Iseg/UTL), de Portugal. Além da conferência, haverá mesa-redonda, mediada pelo professor Allan Claudius Queiroz Barbosa, da Faculdade de Ciências Econômicas, que contará com a participação de Isabela Almeida Pordeus, da Diretoria de Relações Internacionais (DRI), e de Elizabeth Ribeiro da Silva, da pró-reitoria de Pós-Graduação da Universidade. "A vinda do professor Jorge Vaz é muito importante para nós. Ele falará de sua experiência sobre a discussão do processo de Bologna e dos reflexos no espaço português. Precisamos trazer a questão para o Brasil, onde o debate é ainda incipiente", comenta o professor Allan Claudius Barbosa. O chamado Processo de Bologna remonta à criação do Espaço Europeu do Ensino Superior, ratificada pela declaração conjunta assinada pelos ministros da educação europeus na Itália, a 19 de junho de 1999. Trata-se do ápice das transformações nos planos social, político, econômico e cultural, segundo a lógica de se criar uma Europa "mais completa e alargada". O processo surgiu da preocupação com a baixa atratividade do ensino superior no continente europeu e voltado à garantia da promoção da mobilidade e empregabilidade dos jovens graduados, ao mesmo tempo em que buscou o reforço da competitividade internacional. "O Processo de Bologna é um movimento de integração dos países europeus que responde à necessidade deles. Não estou de acordo com a hipótese de transposição de tal modelo para a América Latina e o Caribe, o que representaria uma posição colonizadora", comentou a professora Ana Lúcia Gazzola, ex-reitora da UFMG e hoje diretora do Instituto de Educação Superior para América Latina e Caribe, ao ressaltar, ao contrário, a necessidade de estabelecimento de fóruns de convergência, entre Brasil e outras nações latinoamericanas, "a partir de nossas demandas, expectativas e necessidades. Neste ponto, o debate com a Europa é também muito bem-vindo", completou. A implementação do processo, a ser concretizada em 2010, gera impactos profundos na educação superior em países que mantêm laços históricos com o velho continente. A conferência da UFMG é realizada dentro de tal perspectiva, e busca discutir e problematizar a lógica de harmonização da estrutura do ensino superior europeu e seus efeitos no atual desenho educacional brasileiro. De um lado, o relato da experiência européia, por quem participou das discussões no âmbito de um dos países integrantes deste processo. De outro, representantes de uma das principais instituições brasileiras de ensino superior. O debate será permeado pela idéia de que, nos dias atuais, garantir a simetria nas relações de troca passa, necessariamente, pelo diálogo e pela cooperação. O conferencista
Jorge Júlio Landeiro Vaz foi dirigente do Instituto para o Desenvolvimento de Estudos Econômicos, Financeiros e Empresariais (Idefe) do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa (Iseg/UTL). Doutor em Ciências Econômicas e Empresariais pela Universidade de Sevilha, na Espanha, realizou pós-graduação na Universidade de Harvard (USA). Tem diversos livros e artigos publicados na Europa e profere, regularmente, palestras e cursos em universidades européias e da América do Norte.