O livro Os caminhos do ouro e a estrada real, organizado pelo professor Antônio Gilberto Costa, do Instituto de Geociências (IGC), e publicado pela Editora UFMG em paceria com a portugues Kapa Editorial, foi o vencedor do prêmio Jabuti na categoria Projeto/Produção editorial. Concedido anualmente pela Câmara Brasileira do Livro, o prêmio foi entregue no último dia 13, aos vencedores de toda as categorias do Jabuti em cerimônia acontecida em São Paulo, presentes o organizador do volume e a vice-diretora da Editora UFMG, Silvana Coser. A obra retrata, por meio de uma coletânea de ensaios, a saga da penetração bandeirante pelo sertão mineiro através das trilhas abertas pelos pioneiros desde o século 17. Ilustrado com riquíssima iconografia histórica, o livro mostra a evolução dos caminhos de Minas a partir de documentos cartográficos e iconográficos. “O prêmio diz respeito, justamente, à qualidade editorial da obra. Por isso, trata-se do reconhecimento à qualidade de nosso trabalho, realizado, neste caso, em parceria com a Kapa”, ressalta o professor Wander Melo Miranda, diretor da Editora UFMG. Na obra, estão as estradas rasgadas no território mineiro pelos mineradores dos primeiros tempos e por seus sucessores, para escoamento da riqueza, durante o Ciclo do Ouro, até o final do século 19, com a abertura da estrada União e Indústria, ligando Minas Gerais ao Rio de Janeiro. O livro traça, ainda, um paralelo entre registros históricos e contemporâneos, entremeados por observações atuais. "O livro foi norteado pela idéia de justapor o histórico ao contemporâneo", explica o autor, Antônio Gilberto Costa. Os ensaios O primeiro deles, Os caminhos para a região das minas, escrito por Antônio Gilberto Costa, traz extensa documentação que registra caminhos ou rotas de viagens para a região das minas. Um dos documentos levantados é o inédito Guia dos Caminhantes, de 1817, "talvez o o primeiro Guia Quatro Rodas do Brasil", brinca o autor, ao ressaltar a importância do documento, que contém um levantamento de vários mapas e caminhos do Brasil. A região das minas segundo relatos de Viajantes Botânicos do século XIX e de registro contemporâneo tem como autora Marilene Marinho Nogueira. A pesquisadora, do departamento de Botânica da UFMG, decorre sobre a botânica dos caminhos das minas, traçando um paralelo entre a iconografia produzida há 200 anos e as ilustrações recentes. "Tive a idéia de incluir a parte botânica no livro, quando estava de férias em Parati e percorri um trecho da Estrada Real. Na ocasião, muitos turistas levantaram questões relativas às espécies vegetais", relata Antônio Gilberto Costa. Transitar na região das minas: o cotidiano dos caminhos foi escrito por Júnia Furtado, do Departamento de História da UFMG. Esse capítulo aborda o tráfego na Estrada Real: o transporte, percalços e as dificuldades encontradas pelos viajantes ao longo do caminho. Adriana Romeiro escreveu Ouro: procura e importância - A história das Minas entre o Sertão e o Império. Aqui, a professora do departamento de História da Fafich analisa a questão da extração e da importância do ouro, a partir da perspectiva dos interesses do Brasil. Com Os caminhos do ouro segundo algumas perspectivas referentes a Portugal, Miguel Telles Antunes encerra o livro discutindo a questão do ouro no Brasil, a partir dos interesses de Portugal. Confira os patrocinadores e colaboradores envolvidos na publicação de Os caminhos do ouro e a estrada real: Patrocinadores: Cemig Cultural e Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais.
O livro, prefaciado pela reitoria Ana Lúcia Gazzola (gestão 2002-2006) aborda em seus quatro ensaios desde a descrição botânica dos caminhos até a sua evolução ligada à questão do ouro. Os textos também mencionam os relatos feitos por viajantes e as documentações cartográficas dessas rotas.
Colaboradores: Usiminas Cultural; Anglo Gold; Instituto Estrada Real; Geosol e Fundação Victor Dequech; Ministério do Turismo; Codemig, EDP e Fapemig; Diretoria de Cooperação Institucional, na pessoa da professora Maria Cecília Nogueira; Fundep, nas pessoas dos professores Nagib Cotrim Árabe, Antônio Faraci e Anna Sophia Candiotto; New Design, nas pessoas de Ângela Dourado e Bernardo Lessa e dos fotógrafos Vicente de Mello e José Israel Abrantes; Biblioteca Nacional; Mapoteca do Itamaraty; Mapoteca da Marinha; Arquivo Histórico Ultramarino; Arquivo Histórico do Exército; Arquivo Público Mineiro; Arquivo Nacional; Biblioteca Pública de Évora; Biblioteca de Guita e José Mindlin; Projeto Resgate; Banco de Portugal; Museu Imperial de Petrópolis; Instituto Ricardo Brennand; IEB-USP; Museus Castro Maya; EDUSP; Gabinete de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar de Lisboa; Coleção Beatriz Camargo; Academia das Ciências de Lisboa; Fundação João Pinheiro e Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro