Neste domingo, 22 de outubro, às 11 horas, no Teatro Francisco Nunes, o programa Música de Domingo, fruto de parceria entre a Escola de Música da UFMG, a Prefeitura de Belo Horizonte e a Gerdau Açominas, apresenta o show Suíte para os Orixás, de Mauro Rodrigues e Esdras "Neném" Ferreira. O espetáculo, que celebra o lançamento de CD homônimo, foi criado a partir de temas e ritmos afro-brasileiros da tradição dos Iorubás, original das nações de Keto e Angola. O trabalho de pesquisa, composição e orquestração durou 3 anos e resultou em música para orquestra de cordas e um grupo com flauta, percussão, bateria, vibrafone e contrabaixo. Em 2000, trechos da Suíte foram registrados em CD na coletânea Cartografia Musical Brasileira, produzida pelo Itaú Cultural. Desde então, houve diversas apresentações em capitais brasileiras. Neste ano, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, foi gravado o disco com a íntegra da obra, com sexteto e orquestra. A música da Suíte é uma evocação da mística dos Iorubás e sua cultura, marcante na constituição da identidade brasileira, da língua à culinária. Pode-se reconhecer, em sua música notadamente popular, a reminiscência dessa matriz, seja no canto ou no ritmo. O CD foi gravado entre janeiro e março de 2006, em processo misto de performance e montagem. O sexteto gravou praticamente ao vivo, com apenas algumas superposições de percussão. A orquestra de cordas foi montada a partir de várias dobras do quarteto de cordas e dos violinos. Mais informações pelo telefone (31) 3277-9778 ou no endereço eletrônico www.pbh.gov.br/cultura. Os músicos Neném (bateria e percussão) Mauro Rodrigues (flauta) Sérgio Aluotto, vibrafone e percussão Kiko Mitre (contrabaixo) Ricardo Cheib (percussão)
Neném é um dos bateristas mais requisitados pelos músicos mineiros. Ele se apresenta em shows e gravações ao lado de nomes como Toninho Horta, Beto Guedes, Flávio Venturini, Juarez Moreira e Milton Nascimento. Seu toque, fino e original, é inconfundível. Aos 5 anos, Neném foi morar no terreiro de sua tia, Babalorixá de Oxossi, em Salvador. Aos 7 anos, começou a tocar atabaque na orquestra de tambores, cujos instrumentos têm os nomes, no Brasil, de Rumpi, Ilé e Rum. Aos 12 anos, fez a primeira obrigação como Ogam Alabê, que se refere a um Ogam (aquele que toca) e que está autorizado a cantar em Gegê, Keto e Angola, para os Iorubás (Orixás).
Graduado em flauta pela Escola de Música da UFMG e mestrado em musicologia pelo Conservatório Brasileiro de Música (RJ). Participou do programa de Professor Visitante na Escola de Música da UFMG e foi pesquisador visitante pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Atualmente, é professor na Escola de Música da Universidade. Tem atuado como compositor, arranjador e instrumentista em apresentações e gravações ao lado de artistas como Adélia Prado, Babaya, Milton Nascimento, Rudi Berger, Toninho Horta, Hermeto Paschoal, Paulinho Pedra Azul, Nelson Aires, Tavinho Moura, Juarez Moreira e Beto Guedes.
Sérgio Aluotto é percussionista da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Foi professor substituto do bacharelado em percussão da UFMG. Em 2005, lançou seu primeiro CD, Incipit, que contém composições próprias e arranjos. O projeto contou com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Tem também atuado ao lado de Kristoff Silva, Paulo Lacerda, Maurício Ribeiro, Elisa Paraíso, Tiago Nunes, Pablo Castro e Makeli Ka.
Guda (percussão)
Percussionista, cantor e dançarino, Guda iniciou sua carreira profissional com a bailarina e coreógrafa Marlene Silva, desenvolvendo trabalhos de dança afro e primitiva. Participou de grupos teatrais e musicais, como a banda Lombinho com Cachaça, pioneira na pesquisa e fusão de ritmos afro-latinos e brasileiros. Foi diretor e fundador da Cia. Será Quê?, que excursionou por diversas cidades brasileiras e estrangeiras. Ministra cursos de percussão brasileira em projetos sociais do governo, como Muriki, Miguilim e Toriba, entre outros. Gravou e tocou com vários nomes da música popular brasileira e, atualmente, integra a banda do cantor e compositor Beto Guedes.
Iniciou-se no contrabaixo elétrico como autodidata. Já integrou bandas dos mais importantes músicos, cantores e artistas, como Renato Motha, Titane, Célio Balona, Lô Borges, Beto Guedes, Juarez Moreira, Nivaldo Ornelas, Trio Amaranto e Tabajara Belo. Também bastante requisitado para gravações, tendo participado de mais de 120 discos nos quais atuou como baixista. Em apresentações no exterior pôde acompanhar o pianista finlandês Heiki Sarmanto ao lado de Juarez Moreira em Portugal, Itália e Finlândia. Fez várias apresentações em Nova York com o tecladista mineiro Célio Balona, turnê pelos Estados Unidos com o compositor Beto Guedes e apresentação em Paris ao lado de Nivaldo Ornelas e Juarez Moreira.
Junto com seu irmão Linconl Cheib, sempre acompanhou as gravações, no estúdio Bemol, de propriedade de sua família, especialmente as performances de Esdras Ferreira, o Neném. Através delas, seu interesse pela percussão se consolidou. Também começou a estudar bateria. Já se apresentou com Paulinho Pedra Azul, Tino Gomes e Tavinho Moura, dentre outros. Participou ainda, como músico, do projeto e da gravação do disco Nascimento, de Milton Nascimento, que recebeu o Grammy de world music em 1998.