Nesta sexta-feira, 10 de novembro, às 18h30, será realizada, na Igreja do bairro Santo Antônio (esquina de avenida do Contorno com rua Espírito Santo), a missa de sétimo dia pelo falecimento da escritora, educadora, ex-vereadora e professora emérita da UFMG, Alaíde Lisboa de Oliveira. Autora de clássicos infantis como A bonequinha preta e O bonequinho doce, obras lidas por diversas gerações de crianças brasileiras, Alaíde, que faleceu no último sábado, 4 de novembro, também se destacou como pesquisadora de metodologias de ensino. A professora foi casada com o advogado, professor e escritor José Lourenço de Oliveira, com quem teve 4 filhos: Abigail, José Carlos, Sílvio e Maria. Natural de Lambari (MG), onde passou a infância e a adolescência, a professora, que integrava a Academia Mineira de Letras, tornou-se, em 1950, a primeira vereadora de Belo Horizonte. Tais atividades demonstram o perfil múltiplo de Alaíde, para quem a possibilidade do sonho sempre foi a principal meta do ser humano. "O que seria de nós se não sonhássemos um pouco? Ou melhor: que seria do mundo se os homens não sonhassem?", escreveu em uma de suas obras. Tanto na infância em Lambari, onde estudou no Grupo Escolar Dr. João Bráulio Júnior, quanto na adolescência em Campanha (MG), Alaíde Lisboa revelava grande gosto pelo estudo. Durante o internato do Curso Normal do Colégio Nossa Senhora de Sion, passava horas a aprender. Para quem sempre apreciou o conhecimento, os tempos na Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico de Belo Horizonte seriam muito proveitosos. Lá, assistiu a aulas de grandes mestres da educação, como Helena Antipoff. Em sua trajetória intelectual, publicaria mais de vinte livros, além de inúmeros artigos em revistas e jornais brasileiros. UFMG Intelectual e escritora"irrequieta", Alaíde Lisboa jamais cogitou a hipótese de entregar sua vida aos afazeres domésticos. As diversas "riquezas" do caminho sempre a atraíram com muito mais intensidade: "A mulher exclusivamente absorvida pelos cuidados materiais da casa, a mulher alheia às mutações sociais e políticas cedo perde o contato com a geração que se forma dentro da própria casa. O filósofo já disse que somos animais políticos", escreveu. Saiba mais sobre a professora Alaíde Lisboa no BOLETIM da UFMG.
Após anos de estudo, Alaíde Lisboa aproximou-se da UFMG, onde lecionou Didática Geral e Especial. Foi também diretora do Colégio de Aplicação da Universidade e vice-diretora da Faculdade de Educação (FaE) e organizou o mestrado da área. Atuou como professora da pós-graduação na FaE e na Faculdade de Medicina, dedicando-se à disciplina Metodologia do ensino superior. "Dona Alaíde era, ao mesmo tempo, maternal e mestre. Uma mulher muito forte, sempre aberta às mudanças do mundo", ressalta Maria Ângela de Faria Resende, ex-aluna de Alaíde e autora, ao lado do professor Guido de Almeida, da biografia poética Meu coração ou Alaíde Lisboa de Oliveira na memória da Universidade.