No segundo dia do seminário Universidade e inclusão social: experiência e imaginação promovido pela UFMG, o debate teve como eixo o tema Experiências brasileiras: construção de alternativas, que continua a ser debatido à tarde. Realizado na Faculdade de Medicina na manhã desta quinta-feira, o evento contou a presença do diretor da Unidade, Francisco Pena, da diretora da Faculdade de Educação, Antônia Vitória Aranha, e da vice-reitora e coordenadora do Seminário, Heloísa Starling. Intervenções Em seguida, Maria Cristina Motta, da USP, relatou as experiências recentes de inclusão na universidade paulista. Ao longo de sua exposição, a professora discorreu sobre Escola de Artes, Ciências e Humanidade (Each), unidade da USP localizada na zona leste de São Paulo, região onde o nivel sócio-econômico predominante é constituído por moradores de baixa renda. “A população se sente mais próxima do meio acadêmico porque participa da comunidade acadêmica, por meio das atividades de extensão, por exemplo. Têm dado certo, e os índices de inscritos e egressos no vestibular o demonstram, mas a iniciativa é um laboratório sujeito a mudanças”, afirmou. Além disso, a USP desenvolveu o Programa de Inclusão Social (Inclusp) que integra várias medidas a serem implementadas no próximo ano, como o Programa de avaliação seriada, que acompanha alunos do ensino médio de escolas públicas. “A graduação é o espaço prioritário”, resumiu a professora. UFMG " As universidades federais vivem uma imprevisão de quadro de pessoal, o que dificulta o planejamento de expansão", explicou Braga. Entretanto, segundo o pró-reitor, nos cursos em que houve oferta de vagas noturnas, a pesquisa constatou uma expressiva inclusão social, pelo aumento do alunado oriundo de escolas públicas e de baixo poder aquisitivo, se comparado com os alunos dos cursos diurnos nas mesmas habilitações profissionais. No encerramento da mesa-redonda, Maria do Carmo Peixoto, ressaltou que independente do mecanismo de inclusão, a diversidade de experiências aponta para o comprometimento das universidades públicas com a questão.
A discussão foi aberta pelo questionamento de José Jorge de Carvalho, da UnB, a respeito da inclusão social na docência. “A questão não pode se restringir ao vestibular porque a vida acadêmica não pára na graduação”, disse.
Em sua exposição, Mauro Braga pró-reitor de Graduação da UFMG, apresentou trabalho, realizado conjuntamente com a professora Maria do Carmo Peixoto, a respeito da política de expansão dos cursos noturnos da Instituição, deliberada em 2003. Mesmo com 300 vagas criadas, os dados da pesquisa indicam que não houve expansão significativa da oferta de vagas noturnas, constatou.