As experiências peruana, finlandesa, polonesa e mexicana de telessaúde foram debatidas na tarde desta quinta-feira, dia 7, durante o 1º Workshop do Laboratório de Excelência e Inovação em Telessaúde - América Latina e Europa. As exposições foram divididas em três assuntos. Com o tema Telessaúde: avançando em produção de conteúdo e avaliação, um dos grupos apresentou os problemas enfrentados pela Espanha ao implantar no Peru o mesmo software do sistema de telessaúde usado na Colômbia, desrespeitando as especificidades de cada país. Já a Finlândia obteve sucesso ao estabelecer padrões de arquivamento de prontuário e registro de pacientes para o compartilhamento de informações. E o funcionamento do sistema polonês foi explicitado por meio de teleconferência pelo professor Wojciech Glinkowski, da Universidade de Varsóvia. Também foram apresentadas as experiências do México e da Biblioteca Virtual em Saúde. Desafios O professor Cláudio Souza, que representa a Universidade na Comissão Nacional de Telessaúde, ressaltou a importância de ampliar as ações desenvolvidas nas áreas de Enfermagem, Odontologia e Hospital das Clínicas, esforço que passa pela preparação de profissionais para lidar com as novas tecnologias, o que já vem sendo contemplado pela UFMG com a criação de disciplinas na graduação e na pós-graduação em telessaúde. "Esse projeto desafia os paradigmas”, disse Souza. “Profissionais da área de saúde precisam se familiarizar com tecnologias que muitas vezes não dominam e para as quais oferecem certa resistência. Mudanças no ensino e na prática médica terão que ser aceitas", defendeu. A mesa também expôs relatos de Goiânia, da França e da Inglaterra. Áreas remotas Ele lamentou que os programas de telemedicina não estejam evoluídos o suficiente para evitar situações como a que relatou durante sua exposição: um paciente de Tapajé, no interior do Estado, viajou 14 horas para receber uma elementar orientação sobre fratura. "É algo que poderia ser resolvido em minutos com uma webcam. Essas situações, desnecessárias, são, no mínimo, uma maldade", desabafou.
No debate sobre os Desafios para o uso de telessaúde na assistência ao paciente, tema de outro grupo de trabalho, Alainer de Fátima dos Santos, da Prefeitura de Belo Horizonte, relatou a experiência do BH-Telessaúde, que introduz recursos de telemedicina na rede pública da capital mineira, com envolvimento de profissionais da UFMG.
Um dos grandes entraves ao desenvolvimento dos projetos de telessaúde são as dificuldades de comunicação com as chamadas áreas remotas. No Ceará, o professor Luiz Roberto de Oliveira caracterizou como “quatro anos de luta” uma experiência que ainda não pode ser considerada bem-sucedida.
O Workshop prossegue nesta sexta-feira, 8. Confira aqui a programação.