Universidade Federal de Minas Gerais

Estudo aponta elevado número de recém-nascidos com lesão ocular causada pela toxoplasmose

segunda-feira, 16 de abril de 2007, às 12h53

O estudo sobre toxoplasmose congênita, iniciado em novembro de 2006 sob a coordenação técnica do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) da UFMG, já mostra – embora o relatório final não esteja concluído – elevado número de lesões oculares em recém-nascidos, sobretudo em regiões de Minas Gerais cujo Índice de Desenvolvido Humano (IDH) é baixo. O Nupad é um núcleo da Faculdade de Medicina.

O relatório será elaborado com base nos dados levantados até o final de abril, quando termina esta etapa do estudo. O oftalmologista Daniel Vítor Vasconcelos Santos informou, no entanto, que, numa avaliação preliminar dos casos positivos, verificou-se que a maior parte dos recém-nascidos em Minas, de novembro para cá, apresenta lesões oculares provocadas pela toxoplasmose congênita.

“Grande parcela das crianças está apresentando lesões oculares, sendo que algumas delas estão em atividade (com inflamação)”, observou Daniel Vasconcelos, que atende os recém-nascidos cujos diagnósticos foram positivos. O estudo mostrou também, segundo o oftalmologista, que a toxoplasmose, na maioria dos casos, não foi identificada durante a gravidez. “Em grande parte das crianças que foram identificadas na triagem neonatal, as suas mães não tiveram a doença identificada na gravidez”, disse.

A coordenadora técnica do estudo e pesquisadora do Nupad, pediatra Gláucia Manzan Queiroz Andrade, informou que a alta incidência de lesões oculares é verificada em regiões onde as condições de saneamento básico são precárias. “Outro ponto do estudo é que há a presença significativa nas regiões Norte e Nordeste do estado, onde o IDH é menor”, afirmou.

A contaminação ocorre, de acordo com a pediatra, em função do contato da mulher grávida com o ambiente em que ela está inserida. “Esse contato mais íntimo com o solo, com a água contaminada, por não ser tratada, é verificado em pessoas que vivem em condições precárias de saneamento”, observou Gláucia Manzan.

Segundo a pesquisadora do Nupad, o estudo apontou também número elevado de jovens infectadas pela toxoplasmose durante a gravidez. “Temos observado grande ocorrência em mães mais jovens. É uma faixa etária que ainda não foi infectada, e ainda é menos cuidadosa com relação ao contato com o meio ambiente”, disse a pediatra. A mulher, que contraiu a doença antes da gestação, geralmente não a transmite para o filho durante a gravidez.

Lesões
A lesão mais comum provocada pela toxoplasmose congênita é denominada de retinocoroidite, que ocorre na região posterior do olho, onde fica a retina, que é a camada do tecido nervoso, e a coróide, a camada vascular. Geralmente, ela se manifesta na mácula, que é a região central da retina e a mais importante para a visão.

“É uma região pela qual a toxoplasmose tem certa atração. Dependendo da localização da lesão, pode provocar baixa visão significativa ou mesmo cegueira”, explicou Daniel Vasconcelos. O diagnóstico precoce é fundamental para a criança seja tratada adequadamente e evite até mesmo o surgimento de novas lesões, futuramente. “Existem estudos mostrando que tratando a infecção, você diminui o risco de seqüelas futuras, que seriam o surgimento de novas lesões”, observou.

Segundo o oftalmologista, quando a lesão cicatriza, cistos do parasito “ficam dormindo ali e podem ser reativados futuramente”. “Há o risco de aumento da lesão, já que começa a pegar áreas da retina que não estavam acometidas e pode aumentar a baixa visão, podendo ocorrer até a cegueira”, informou.

Por isso, é importante que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível, para que a lesão ocular ainda esteja ativa. Se o diagnóstico for tardio, a possibilidade de cicatrização é bem maior. “Se você consegue pegar a lesão ativa (inflamada), você consegue atenuar a gravidade das lesões”, afirmou Daniel Vasconcelos.

Triagem
A toxoplasmose congênita, transmitida pela mãe ao filho durante a gravidez, foi incluída no Programa Estadual de Triagem Neonatal (PETN-MG) em novembro de 2006, por intermédio de convênio entre a UFMG e a Secretaria de Estado de Saúde, que liberou recursos no valor de R$ 600 mil para o desenvolvimento do estudo em Minas.

O Nupad assumiu a responsabilidade de viabilizar tecnicamente o estudo, com a realização da triagem neonatal (teste do pezinho) e dos exames laboratoriais, para a obtenção do diagnóstico, além do tratamento e acompanhamento das crianças identificadas com a toxoplasmose. (Assessoria do Nupad)

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