Durante dois dias da semana passada, reitores, educadores, diretores de hospitais, ministros e outros integrantes do governo federal discutiram os problemas das universidades federais. O I Fórum sobre as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) foi promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 27 e 28 de novembro, em Brasília, com apoio da Andifes, a associação dos dirigentes das universidades. O reitor Ronaldo Tadêu Pena representou a UFMG no evento. O presidente do TCU, ministro Walton Alencar Rodrigues, afirmou que as universidades têm problemas estruturais recorrentes “que só terão soluções perenes e concretas com o comprometimento de todos os atores”. O presidente da Andifes, Arquimedes Diógenes Ciloni, reitor da Universidade Federal de Uberlândia, destacou a questão do repasse tardio de recursos do governo federal. Como têm de utilizá-los rapidamente ou devolvê-los ao fim do ano, os reitores acabam repassando o dinheiro às fundações de apoio, prática que não é autorizada pelo TCU. Sobre o assunto, o ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu que uma nova formulação jurídica de financiamento para as Ifes seja enviada ao Congresso em 2008. Hospitais e servidores A questão dos recursos humanos foi abordada de maneira mais ampla pelo reitor da UnB, Timothy Mulholland, que é também presidente da Comissão de RH da Andifes. Para ele, os baixos salários afastam os servidores das instituições, provocando terceirização e piora na qualidade dos serviços prestados. “Fica difícil reter um profissional qualificado com a remuneração atual”, ele afirmou. Nelson Luiz de Oliveira Freitas, do Ministério do Planejamento, ressaltou a tentativa do governo de criar um modelo que favoreça as negociações com os servidores e lembrou que o governo já definiu o aumento anual para os próximos três anos. O Tribunal de Contas da União informou que pretende promover nos próximos anos novos encontros que ajudem a encontrar soluções para as demandas apontadas. (Com informações publicadas no site da Andifes)
A situação dos hospitais universitários (HUs) foi definida como alarmante pelo presidente da Associação Brasileira dos Hospitais Universitários e de Ensino (Abrahue). Ele lembrou que têm faltado políticas de investimento, melhoria tecnológica, autonomia na gestão de pessoal e reposição de recursos humanos. O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, defendeu a criação de fundações estatais de direito privado como novo modelo de gestão dos hospitais, mas o diretor do Hospital do Coração, Adib Jatene, disse preferir fundações de apoio que suplementem os salários dos servidores para que eles não abandonem o serviço público.