Beethoven já dizia que a música é uma revelação maior do que qualquer filosofia. Mas será possível compreender a materialidade dessa revelação, que muitos acreditam estar nos planos espiritual e simbólico? Respostas – ou pelo menos tentativas – para essa questão deverão sair da oficina Ciência da música e da fala, uma das atrações da segunda edição do Festival de Verão da UFMG
A atividade, marcada para o período de 2 a 5 de fevereiro, pretende descrever a música e a fala com base em fundamentos matemáticos, físicos e psicóficos. O programa é extenso e complexo. Envolve questões como a representação do som por meio de formas de onda e de sua decomposição em componentes; o significado físico da altura, duração, volume e timbre; caracterização física dos sons da fala e sua classificação fonética e prosódica; fisiologia da audição humana e princípios de psicoacústica. Tudo com demonstrações para ilustrar a teoria exposta.
O público-alvo é tão vasto quanto o campo de reflexão da oficina. Ela é aberta a interessados em música, canto e comunicação falada e profissionais das áreas de música, comunicação, lingüística, física e engenharia dotados de conhecimentos básicos de matemática e física.
Coordenação
A oficina é coordenada pelos professores Hani Camille Yehia e Maurício Alves Loureiro. O primeiro é engenheiro eletrônico formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), com mestrado em Engenharia Eletrônica e Computação pela mesma instituição e doutorado em Engenharia pela Universidade de Nagoya. Na UFMG, coordena o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e do Centro de Estudos da Fala, Acústica, Linguagem e Música (Cefala), onde desenvolve pesquisas nas áreas de percepção auditiva e processamento audiovisual e produção da fala.
Mais conhecido por sua produção na área musical, Maurício Loureiro é engenheiro aeronáutico formado pelo ITA em 1976. Mas desde então passou a dedicar-se à música. Graduado pela Albert-Ludwigs Universität Freiburg (1983), mestre (1989) e doutor (1991) em Música pela University of Iowa, este professor titular da UFMG é um dos sócios-fundadores da Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica. Clarinetista, desenvolve pesquisas sobre execução musical, performance e expressividade.
A exemplo das outras oficinas, Ciência da música e da fala oferece 20 vagas e será realizada na Escola de Arquitetura. Inscrições na página da Fundep (www.fundep.ufmg.br). Para mais informações sobre o Festival e as demais oficinas clique aqui.
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