O tema escolhido para o 40º Festival de Inverno da UFMG, Arte: Essencial, orienta as atividades das 50 oficinas oferecidas pelo evento, nas áreas de Projetos Especiais, Artes Visuais I e II, Artes Musicais, Artes Literárias e Artes Cênicas. A quadragésima edição do Festival de Inverno acontece entre 13 e 26 de julho, em Diamantina. Todo ano, a curadoria do evento escolhe um tema para delinear o programação do Festival e o debate sobre a arte entre os participantes. Este ano, a arte essencial se manifesta de formas diversas entre as seis áreas, como comentam seus coordenadores. A área de Projetos Especiais, coordenada pelo também curador do Festival, Fabrício Fernandino, até mudou seu nome para “Essencial”, para expressar que a essência é um conceito base das atividades programadas. Projetos Essenciais vai envolver uma oficina de cada área tradicional – Música, Literatura, Artes Visuais I e II e Cênicas – no desafio de gerar um produto computacional novo e interativo, que será exposto no festival. O essencial da tarefa está no campo de pesquisa para a criação do produto: a comunidade quilombola dos Vissungos, a 40 quilômetros de Diamantina. Na área de Artes Visuais I, o coordenador e professor da Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG, Lincoln Volpini, conta que o tema vai ser abordado por meio da retomada de processos tradicionais e artesanais das artes plásticas. Volpini explica que a proposta é promover a volta ao essencial “sem, no entanto, descuidar das propostas conceituais diferenciadas e mais contemporâneas”. O professor do curso de Comunicação Social da UFMG, Rodrigo Minelli, coordenador da área de Artes Visuais II, aponta que a essencialidade da arte no campo que coordena passa pelo diálogo com a tecnologia, sem abandonar os fundamentos do fazer audiovisual. Minelli buscou oficinas que pudessem abordar a questão seja por meio da discussão teórica e conceitual do audiovisual ou pela abordagem de fazeres tradicionais como a fotografia e o cinema. Os professores das oficinas também têm, de certa forma, relação com o tema, por meio do trabalho autoral que realizam, promovendo uma reflexão do autor a respeito do mundo. Segundo o coordenador da área e professor da Escola de Música da UFMG, Mauro Rodrigues, o conceito de arte essencial nas Artes Musicais vai ser abordado por meio da música de câmera, da improvisação e da banda sinfônica, muito tradicional em diamantina. Esses três aspectos contemplam o caminho da performance. Outras questões como a reflexão estética efilosófica, a tecnologia e a apreciação com viés histórico também foram abordados. “Esperamos cumprir com o que nos parece realmente essencial que é nos tornarmos instrumentos da música”, comenta. De acordo com a coordenadora de Artes Literárias e também professora da Faculdade de Letras (Fale) da UFMG, Vera Casa Nova, a área vai trabalhar com o processo de criação literária, sobretudo em narrativas como o livro-objeto, o roteiro, o conto e a crônica. As oficinas se concentram nas poéticas contemporâneas. A área de Artes Cênicas vai abordar temas essenciais como a linguagem do palhaço, a improvisação, a música-cênica, a representação com máscaras e o tempo-ritmo no trabalho do ator.