Foca Lisboa |
Na manhã desta sexta-feira, 17, professores argentinos estiveram na Faculdade de Ciências Econômicas (Face) para ministrar o primeiro seminário do ciclo sobre educação superior na América Latina. O evento aconteceu no auditório 4 da Unidade, na presença do reitor Ronaldo Pena, da reitora da UFMG gestão 2002-2006 Ana Lúcia Gazzola e de pró-reitores da Universidade. Em sua exposição, o membro da Comissão Nacional de Avaliação e Acreditação Universitária do Ministério da Educação da Argentina Ernesto Villanueva apresentou a configuração universitária do país, seus desafios e suas deficiências. Apesar de o ingresso nas instituições de ensino superior ser satisfatório, em torno de 1,5 milhão de matrículas (dados de 2006), uma das preocupações do governo é o elevado número de estudantes que abandonam a graduação. Cerca de 20% concluem o curso. Outro ponto de destaque é a política se restrição para a criação de projetos de faculdades particulares. De acordo com Villanueva, de cada cem projetos apresentados, 14 são aprovados. “Existem padrões mínimos que devem ser atendidos. Eles dizem respeito ao corpo docente, ao perfil dos alunos, à estrutura física e ao plano diretor”, disse. Em sua fala, o secretário executivo de planejamento da Secretaria de Políticas Universitárias do Ministério da Educação da Argentina Carlos Pérez Rasetti afirmou que a educação superior na Argentina tem histórico de autonomia, mas, no momento, o Estado se prepara para reorganizar as políticas públicas para o setor. No encerramento do seminário, o secretário de Pesquisa da Universidad Nacional de General Sarmiento Agustín Campero irá apresentar a realidade e as políticas das universidades. Relevância Ana Lúcia Gazzola, diretora licenciada do Instituto Internacional da UNESCO para a Educação Superior na América Latina e Caribe (Iesalc) e diretora executiva do Instituto Cultural Inhotim reforçou a necessidade de a América Latina se inserir no cenário educacional e científico com força de bloco, à luz do que acontece no Mercosul. “É de extrema importância para o Brasil, país que tem 55% do doutorado das universidades da América Latina e do Caribe, mas também 18 milhões de analfabetos, conhecer a realidade latina. A UFMG, uma das oito melhores universidades latinas e caribenhas que consta entre as 500 melhores do mundo no ranking de Xangai, cumpre seu papel ao promover esse debate”. Para o reitor Ronaldo Pena, a educação é a base transformadora de todos os processos que caracterizam os avanços econômicos e sociais, portanto, é necessário que conhecer e se fazer conhecer enquanto instituição de ensino superior.
Durante a abertura da solenidade, o Pró-Reitor de Graduação Mauro Braga ressaltou a importância de estreitamento de laços na América Latina para conhecer melhor os profissionais em trânsito entre as instituições desses países, tendência que irá acelerar proporcionalmente à integração econômica.