A comunidade universitária deve estar muito bem informada sobre o andamento das ações relativas ao acórdão do Tribunal de Contas da União que rege a relação das universidades federais com suas fundações de apoio e sobre temas que têm aparecido em denúncias publicadas por um jornal diário. Esta foi a recomendação dos diretores de unidades acadêmicas e administrativas da Universidade em reunião na manhã de hoje com o reitor da UFMG, Ronaldo Pena, e a vice-reitora, Heloisa Starling. À saída do encontro, Heloisa Starling afirmou que o objetivo é “manter interlocução constante e transparente com todos os setores da comunidade, para que haja tranquilidade, sobretudo porque estamos às vésperas do reinício das aulas”. Em entrevista à rádio UFMG Educativa, Ronaldo Pena disse esperar que o STF dê razão à UFMG no caso da decisão do TCU, que afetaria seriamente o futuro da Universidade, sobretudo no que se refere ao desenvolvimento da pesquisa. “Além disso, sem o apoio da Fundep, os hospitais param”, alertou. A UFMG recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra os termos da decisão, por meio de mandado de segurança, e em 2 de janeiro obteve liminar parcial. A Universidade aguarda julgamento da liminar, que deve acontecer nas próximas semanas. Sobre as matérias recentes que contêm ataques à UFMG e a professores como Maria Lucia Malard, da Escola de Arquitetura, o reitor repudiou “um denuncismo anônimo e sem base, que denigre a instituição”. Segundo ele, os autores são pessoas “sem brilho acadêmico, que agem com visão pequena, em nome de interesses próprios”. Agilidade José Alberto Magno de Carvalho, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas (Face), ressaltou que as acusações contra a UFMG são infundadas e que a Universidade “não tem nada do que se envergonhar”. De acordo com ele, o momento exige esclarecer a atuação da UFMG e enfatizar sua importância para a sociedade. “Certamente há melhorias a serem feitas, mas a Universidade tem uma história e está no rumo certo”, disse o diretor. Outras reuniões
A diretora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Maria Cristina Lima de Castro, manifestou preocupação com as limitações da atuação da Fundep. “A gestão pela Fundação dos recursos que viabilizam nossas pesquisas proporciona uma agilidade que é fundamental para os bons resultados”, ela disse. De acordo com Maria Cristina, uma alteração significativa na atuação da Fundep provocaria diminuição significativa do ritmo de trabalho dos 238 professores e 140 laboratórios do ICB.
Ainda hoje, às 18h, também na Reitoria, os mesmos temas serão discutidos por integrantes e ex-integrantes do Conselho Curador da Fundep, por ex-diretores executivos da Fundação e pelos atuais diretor-executivo, Márcio Ziviani, e presidente do Conselho Curador, João Antônio de Paula. Amanhã, à tarde, pesquisadores da UFMG estarão reunidos com a mesma finalidade.
Dirigentes e integrantes da Fundep, durante reunião nesta terça-feira
(Foto: Felipe Chaves)