Depois da abertura da série Sentimentos do Mundo de 2009, Maria Bethânia conversou com jornalistas sobre a apresentação no auditório da Reitoria da UFMG. A cantora disse que se surpreendeu com a recepção. "Foi um acontecimento diferente, um ambiente muito respeitoso, muito reverente. Eu não sou professora, sou cantora popular e achei um comportamento lindo." A simpatia dispensada ao público, que teve a chance de tirar fotos e recolher autógrafos da artista, deixou o clima da apresentação ainda mais descontraído. Maria Bethânia participou do Sentimentos do Mundo a convite do reitor Ronaldo Tadêu Pena e da professora do Departamento de Letras da UFMG Lucia Castelo Branco. “Acho que a iniciativa é uma contribuição que merece destaque. Trazer a arte para uma casa de ensino é muito importante”, afirmou a cantora. Segundo Maria Bethânia, a escolha das obras lidas ocorreu em função de autores com que tem intimidade e que foram importantes para sua vida. Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Caetano Veloso e o grupo Titãs tiveram espaço em seu repertório. Maria Bethânia contou que, durante o processo de escolha dos textos, ela pensava exatamente nos alunos, imaginando como poderia dizer em 50 minutos o que pensa. "Foi trabalhoso, mas gostei do esforço, porque tive a chance de pensar em como estou hoje. Refletir sobre coisas nas quais normalmente não prestamos atenção", revelou. A performance de Maria Bethânia mesclou leitura e música. “Às vezes eu faço shows só cantando. Às vezes eu leio. Dá para separar a literatura da música. Mas eu gosto é de ser intérprete, de misturar”, explicou. Sua mistura não ficou só no campo da interpretação oral, ela também trabalhou com artistas de diferentes gerações e contextos. A cantora intercalou poetas portugueses com a literatura brasileira, Guimarães Rosa, Fernando Pessoa e cantou músicas dos Titãs. "Eu sou Brasil, eu sou misturada”, concluiu.