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O ensino superior no Uruguai foi amplamente discutido na manhã desta sexta-feira, dia 27, durante o terceiro encontro do Ciclo de Seminários sobre Educação Superior na América Latina, promovido pela UFMG, que acaba de ser concluído. “O objetivo deste ciclo é estreitar laços e propiciar melhores condições de interação entre a UFMG e as universidades da América Latina. Recebemos hoje convidados ilustres, que vão apresentar panorama do ensino superior no Uruguai”, explicou Mauro Braga, pró-reitor de graduação. Responsável pela abertura do evento, que teve início às 9h30, Mauro Braga convidou para compor a mesa os especialistas Álvaro Maglia, vice-reitor da Universidad de la República, Jorge Landinlli Silva, membro do Comitê Científico Regional da América Latina e Caribe da Unesco e Marcelo Boado, da Facudade de Ciências Sociais da Universidad de la República. O reitor da UFMG, Ronaldo Tadêu Pena, também esteve presente. Segundo ele, para ter papel de protagonista na América Latina e em todo mundo, o Brasil deve compartilhar conhecimento. “E para haver o compartilhamento, é fundamental conhecer as diferentes realidades. Esta é a proposta do ciclo, que irá produzir documento com todas as discussões realizadas. Será uma importante fonte de consulta sobre o ensino superior no continente”, disse. A troca de conhecimentos e experiências também foi defendida por Jorge Landinlli. Segundo ele, o desenvolvimento do ensino superior não pode ser limitado por fronteiras políticas e geográficas. “Vivemos o fenômeno da internacionalização e a UFMG, através desta iniciativa, coloca em evidência sua vocação para estabelecer laços. Acredito que Brasil e Uruguai podem estabelecer uma relação de aprendizado mútuo, que ajudará no desenvolvivento do ensino de ambos países”. Uruguai Landinlli falou também sobre o processo de 'massificação do ensino' vivido pelo Uruguai nos últimos anos, com a publicação de leis que abriram o mercado educacional para o sistema privado. Das 1.200 universidades uruguaias, 500 são públicas e 700 privadas. “No entato, as instituições privadas abrigam apenas 15% dos alunos. O restante, está no sistema público. Já no Brasil, por exemplo, 80% dos estudantes do ensino superior estão em universidades privadas”, comparou. Para Álvaro Maglia, além da legislação, o aumento dos fundos destinados para a educação superior no país foi outro fator que impulsionou o crescimento do número de universidades e a ampliação das já existentes. "O processo de ensino também passou por mudanças. Atualmente formamos universitários para pensar de forma crítica e atuar como cooperadores na solução dos problemas do país. Antes, o enfoque era prioritariamente acadêmico", avaliou. Ciclo
Com mais de 10 milhões de estudantes, o ensino superior do Uruguai ocupa hoje posição de destaque na América Latina, ao lado de países como Argentina e Cuba. De acordo com Jorge Landinlli, o sistema de ensino no país está na fase de 'universalização intermediária', com taxa de cobertura de 30%. “A maioria dos países, inclusive o Brasil, se encontra na fase de universalização inicial”, disse.
Chile e Cuba são os próximos países tema do Ciclo de Seminários sobre Educação Superior na América Latina. A iniciativa é da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da UFMG e conta com o apoio da da Secretaria de Educação Superior (SESu), do MEC. Confira a programação completa na página da Prograd.