A Escola de Belas-Artes (EBA) lança nesta quinta-feira, às 16h, em sua Galeria, site contendo resultado de trabalhos de vídeo e fotografia produzidos de modo colaborativo por alunos da UFMG e da Universidade de Lincoln, da Inglaterra, no final de 2008. Denominado Corpo Coletivo, o projeto envolveu 26 estudantes – 14 do Brasil -, que, durante cinco semanas, interagiram pela web para desenvolver suas propostas, sob o tema Pertencimento, contando com a coordenação da professora Patrícia Azevedo. A dinâmica de trabalho ocorreu em duplas. No site www.eba.ufmg.br/collectivebody o público poderá conferir as atividades de cada uma delas. "Em nosso projeto queríamos saber até onde é óbvia a ideia de pertencimento", diz a jornalista Angela Bacon, que atualmente faz continuidade de estudos em Publicidade, na UFMG. Junto com a inglesa Leann Taylor, ela produziu imagens"acasalando" rostos a pequenos objetos, para explorar a subjetividade dessa relação. "Pedimos a algumas pessoas que nos indicassem três objetos queridos; fotografamos e depois trocamos essas imagens, para reuni-las com a de rostos ingleses e brasileiros", relata. Como num jogo de memória, o resultado é inesperado, sobretudo porque as imagens são ligadas por um critério arbitrário. Nesse confronto, ou brincadeira, o público pode se perguntar como um bibelô brasileiro guarda afinidade com a face de um homem inglês. A arbitrariedade também permeia o trabalho da dupla formada por Lucas Sander e Benjamin Corless, que decidiu produzir um vídeo recorrendo a jogos de dados. A história mostra um dia na vida de um homem que sofre de dupla personalidade - ou Transtorno Dissociativo de Identidade. A filmagem ocorreu no Brasil e na Inglaterra com atores distintos. Nesses dois lugares as também duas personalidades se mostram, porém sob o fio narrativo de uma história única - o sujeito perde um ente querido e, triste, sai a visitar o seu túmulo; dirige-se depois a um bar onde bebe, compra um jornal e retorna para sua casa. A improbabilidade da história tende a crescer pois cada etapa do processo técnico de produção da filmagem e a edição final são definidas pelos dados. O recurso gerou, por exemplo, uma cena em que a ação transcorre, mas o público nada vê, apenas escuta. "Os dados apontaram a opção em que a câmara filma a área superior do cenário", explica Sander, estudante de Publicidade na UFMG. O estranhamento proporcionado pela aleatoriedade das ações dos diretores tem um sentido, conforma observa o aluno: "Nossa ideia era desenvolver um vídeo quebrando regras essenciais da produção cinematográfica, como aquelas relativas a espaço e tomadas de cena". Por coincidência, o azar decidiu, entre duas opções, que o vídeo não fosse finalizado - o HD do computador de Corless, com o trabalho editado "queimou". "Vamos refazer essa etapa", informa Sander. Por esse motivo, Belonging to dice será postado, em data ainda não definida, no site do projeto da EBA. A experiência dos dois jovens, no entanto, não para aqui. A proposta de dados será aplicada em novo projeto da dupla: agora, um longa-metragem. Site 2 Saiba mais nos endereços:
O evento desta tarde também vai lançar a nova página eletrônica do Departamento de Fotografia da Escola. O espaço pretende ser canal de divulgação e troca de informações sobre fotografia e arte contemporânea, além de tornar público os dados sobre o órgão: professores; atividades de ensino, pesquisa e extensão; programas a distância; pesquisas e portifólios de alunos, professores e funcionários; eventos e demais notícias produzidas por seus integrantes. O evento de lançamento dos dois projetos encerra-se às 20h e é aberto à comunidade.
www.eba.ufmg.br/fotografia
www.eba.ufmg.br/collectivebody