Universidade Federal de Minas Gerais

Foca Lisboa
Audiencia_Anistia.JPG
Compuseram a mesa (da esquerda para direita): Nilmário Miranda, vice-reitora Heloisa Starling, deputados Duarte Bechi, André Quintão e Carlin Moura, professor João Pinto Furtado, Wallison Brandão (diretor da UNE) e Estevão Cruz (presidente do DA Fafich)

Audiência pública comemora fundação da Fafich e Lei da Anistia

sexta-feira, 28 de agosto de 2009, às 14h17

Os 30 anos da Lei de Anistia e os 70 de fundação da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) foram comemorados hoje, no campus Pampulha, com audiência pública da Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Realizada por solicitação do Diretório Acadêmico da Fafich, a reunião contou com a presença de parlamentares que integram a Comissão e de convidados, como a vice-reitora Heloísa Starling e o ex-ministro dos Direitos Humanos Nilmário Miranda.

“A democracia é um processo inacabado e inacabável”, afirmou o ex-ministro ao citar o recente exemplo de Honduras, em contradição com o cenário de democratização da América Latina. “Quando celebramos 30 anos da anistia, nossa preocupação é com o presente e com o futuro”, disse. Para Nilmário Miranda, o que falta no Brasil para completar o processo de anistia é a condenação dos torturadores. “A impunidade é um câncer que contamina a democracia”, afirmou.

Papel da Fafich
Ao abrir os trabalhos da Comissão, o deputado André Quintão destacou o papel da UFMG para Minas Gerais e ressaltou a importância da Fafich como referência na luta política e na formação de “bons profissionais e bons cidadãos”.

O presidente do Diretório Acadêmico, Estevão Cruz, explicou que a audiência pública, com o tema A Fafich e a resistência à ditadura militar, abre um ciclo de atividades que incluirá sessão comentada de filmes sobre a anistia e a resistência à ditadura militar, oficinas com grupos de pesquisa e de intervenção cultural, outros debates sobre o movimento estudantil e a universidade e eventos culturais.

As atividades têm continuidade na noite de hoje, 19h, no auditório Sônia Viegas, com a presença do ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que fará intervenção sobre Os novos caminhos da democracia no Brasil.

A vice-reitora da UFMG, professora Heloísa Starling, falou sobre a importância histórica da Fafich, especialmente na luta pela anistia, e lembrou que foi nessa unidade acadêmica – ainda na antiga sede, à rua Carangola – que a bandeira da União Nacional dos Estudantes (UNE) foi hasteada, pela primeira vez nos anos 70, desafiando a ditadura militar. “Faz todo o sentido ser a Fafich a chamar essa discussão. E hoje pertence a esta Faculdade um acervo de mais de 14 mil imagens sobre a ditadura militar”, lembrou a vice-reitora, que coordena o Projeto República. “Precisamos continuar a luta pela anistia, ao abrir os arquivos, punir os torturadores e entregar os corpos às famílias”, completou.

O diretor da Fafich, professor João Pinto Furtado, destacou a forte carga emotiva do evento. “É extremamente auspicioso o fato de a nova geração ter tomado essa iniciativa, continuando o legado de uma luta política que não tem fim, porque a agenda se atualiza”, disse.

História
Nilmário Miranda afirmou que em 28 de agosto de 1979 o Brasil se emocionou com a Lei de Anistia, “embora ela não tenha sido nem ampla, nem geral, nem irrestrita, porque foi um acordo de elites, feito durante a ditadura”. Mesmo assim, lembrou, “ela foi comemorada, e a cada um que voltava do exílio era uma festa”.

O ex-ministro dos Direitos Humanos apontou as falhas do processo de anistia, como a exclusão dos que pegaram em armas. “Sempre me refiro a 79 como um processo inconcluso”, disse, ao fazer referência às 479 pessoas assassinadas, das quais 163 desaparecidas; aos cerca de 30 mil brasileiros detidos e levados a locais de tortura; às demissões dos melhores cientistas do país; a milhares de pessoas afastadas das forças armadas e do setor público. “Mas o lado mais perverso da anistia foi o perdão aos torturadores, pois o conceito de anistia refere-se a uma reparação a vítimas do Estado, e o Brasil inventou a autoanistia”, disse.

Nilmário Miranda relembrou o reconhecimento pelo Estado dos desaparecidos políticos, em 1995. “Foi uma segunda anistia, e a terceira só ocorreu em 2002, abrangendo o que não foi coberto pelas outras duas, sobretudo ao devolver o vínculo laboral em todas as áreas”, informou.

Segundo ele, foi no âmbito desta última que foi gerado o acordo com a UFMG para a instalação do Memorial da Anistia, que vai tornar disponíveis, para consulta pública, entre diversos materiais, os mais de 64 mil processos recebidos pela Comissão de Anistia, alguns com documentos inéditos.

Além do objetivo de preservar e difundir a memória política do país, resgatando a importância da luta pela democracia, o Memorial será um centro nacional de pesquisas sobre o tema.

Ao final do evento, a Comissão de Participação Popular da ALMG entregou à Universidade placa comemorativa.

05/set, 13h24 - Coral da OAP se apresenta no Conservatório, nesta quarta

05/set, 13h12 - Grupo de 'drag queens' evoca universo LGBT em show amanhã, na Praça de Serviços

05/set, 12h48 - 'Domingo no campus': décima edição em galeria de fotos

05/set, 9h24 - Faculdade de Medicina promove semana de prevenção ao suicídio

05/set, 9h18 - Pesquisador francês fará conferência sobre processos criativos na próxima semana

05/set, 9h01 - Encontro reunirá pesquisadores da memória e da história da UFMG

05/set, 8h17 - Sessões do CineCentro em setembro têm musical, comédia e ficção científica

05/set, 8h10 - Concerto 'Jovens e apaixonados' reúne obras de Mozart nesta noite, no Conservatório

04/set, 11h40 - Adriana Bogliolo toma posse como vice-diretora da Ciência da Informação

04/set, 8h45 - Nova edição do Boletim é dedicada aos 90 anos da UFMG

04/set, 8h34 - Pesquisador francês aborda diagnóstico de pressão intracraniana por meio de teste audiológico em palestra na Medicina

04/set, 8h30 - Acesso à justiça e direito infantojuvenil reúnem especialistas na UFMG neste mês

04/set, 7h18 - No mês de seu aniversário, Rádio UFMG Educativa tem programação especial

04/set, 7h11 - UFMG seleciona candidatos para cursos semipresenciais em gestão pública

04/set, 7h04 - Ensino e inclusão de pessoas com deficiência no meio educacional serão discutidos em congresso

Classificar por categorias (30 textos mais recentes de cada):
Artigos
Calouradas
Conferência das Humanidades
Destaques
Domingo no Campus
Eleições Reitoria
Encontro da AULP
Entrevistas
Eschwege 50 anos
Estudante
Eventos
Festival de Inverno
Festival de Verão
Gripe Suína
Jornada Africana
Libras
Matrícula
Mostra das Profissões
Mostra das Profissões 2009
Mostra das Profissões e UFMG Jovem
Mostra Virtual das Profissões
Notas à Comunidade
Notícias
O dia no Campus
Participa UFMG
Pesquisa
Pesquisa e Inovação
Residência Artística Internacional
Reuni
Reunião da SBPC
Semana de Saúde Mental
Semana do Conhecimento
Semana do Servidor
Seminário de Diamantina
Sisu
Sisu e Vestibular
Sisu e Vestibular 2016
UFMG 85 Anos
UFMG 90 anos
UFMG, meu lugar
Vestibular
Volta às aulas

Arquivos mensais:
outubro de 2017 (1)
setembro de 2017 (33)
agosto de 2017 (206)
julho de 2017 (127)
junho de 2017 (171)
maio de 2017 (192)
abril de 2017 (133)
março de 2017 (205)
fevereiro de 2017 (142)
janeiro de 2017 (109)
dezembro de 2016 (108)
novembro de 2016 (141)
outubro de 2016 (229)
setembro de 2016 (219)
agosto de 2016 (188)
julho de 2016 (176)
junho de 2016 (213)
maio de 2016 (208)
abril de 2016 (177)
março de 2016 (236)
fevereiro de 2016 (138)
janeiro de 2016 (131)
dezembro de 2015 (148)
novembro de 2015 (214)
outubro de 2015 (256)
setembro de 2015 (195)
agosto de 2015 (209)
julho de 2015 (184)
junho de 2015 (225)
maio de 2015 (248)
abril de 2015 (215)
março de 2015 (224)
fevereiro de 2015 (170)

Expediente