O Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, localizado em Montes Claros, recebe hoje e amanhã, 1º e 2 de outubro, o colóquio Barragem de Irapé - um balanço das consequências sociais. O evento pretende discutir o que a construção da Usina de Irapé, no Rio Jequitinhonha, representou para as famílias, comunidades e localidades do Jequitinhonha, do ponto de vista social. Além disso, deverá proporcionar troca de experiência entre famílias atingidas, organizações sociais e pesquisadores. O colóquio é organizado pelo Núcleo de Pesquisa e Apoio à Agricultura Familiar (Núcleo PPJ/UFMG), Polo Jequitinhonha/ UFMG, Gesta/ UFMG, Comissão Pastoral da Terra, Fetaemg - Federação dos trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura de Minas Gerais. Mais informações no site do Programa Polo do Jequitinhonha: www.ufmg.br/polojequitinhonha. Irapé Representantes das comunidades rurais, de associações, de Sindicatos de Trabalhadores Rurais, com o apoio do Centro de Assessoria aos Movimentos Populares do Vale do Jequitinhonha (Campo-Vale), da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura de Minas Gerais e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), formaram a Comissão dos Atingidos pela barragem de Irapé, que negociou indenizações e reassentamentos da população atingida. No entanto, cinco anos depois da realocação das famílias, ainda não se tem um balanço das conseqüências sociais da obra. Leia mais sobre licenciamentos ambientais para construção de usinas em reportagem do Boletim UFMG: (Assessoria de imprensa do Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha)
A Usina de Irapé está localizada no Rio Jequitinhonha, entre os municípios de Berilo e Grão Mogol. Inaugurada em 2006, possui a barragem mais alta do Brasil e segunda maior da América Latina, com 208 metros. Além dos dois municípios citados, o lago da barragem atingiu mais cinco municípios (Turmalina, Leme do Prado, José Gonçalves de Minas, Botumirim e Cristália) e inundou uma área de cerca de 134.000 hectares. Os números traduzem-se em cerca de 40 comunidades de lavradores e garimpeiros, que equivalem a aproximadamente 1.200 famílias e cerca de 5 mil pessoas.
Sob o silêncio dos rios - Dissertação analisa processo de fragilização dos mecanismos de licenciamento ambiental