A UFMG acaba de obter a concessão nos Estados Unidos de patente de anti-hipertensivo formulado a partir do peptídeo angiotensina (1-7), com sistema de liberação controlada. A metodologia diminui a velocidade de absorção do medicamento no organismo e aumenta a sua eficácia. A patente da mesma formulação já havia sido concedida à Universidade pela China, em maio deste ano. Transferida em 2005 para indústria farmacêutica brasileira, a tecnologia agora pode ser produzida e comercializada também nos Estados Unidos. “A concessão da patente internacional abre possibilidade de que uma indústria nacional leve tecnologia da UFMG para um grande mercado mundial”, comenta o professor Rubén Dario Sinisterra, um dos autores do estudo e coordenador de Transferência de Tecnologia da UFMG. Rubén Dario explica que a partir de um peptídeo endógeno, ou seja, produzido pelo organismo, foi criada formulação oral que pode ser utilizada por pacientes hipertensos ou com disfunção erétil. Na maioria dos países, 15% a 25% da população adulta sofrem de pressão arterial elevada. Considerada a grande responsável por doenças coronarianas, cerebrais e vasculares renais, a hipertensão é a principal causa de morte e incapacidade entre adultos. “Do ponto de vista macroeconômico, a obtenção desta patente influencia no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro, uma vez que um dos elementos que compõem o IDH é o número de patentes concedidas nos Estados Unidos”, explica Rubén Dario. Segundo o pesquisador, a UFMG agora conta com 23 concessões de patentes internacionais, sete das quais nos Estados Unidos. “Isso reforça a competência instalada da Instituição, que já é a primeira no país em número de patentes em fármacos, medicamentos e biotecnologia”, completa. Intitulada “Process of preparation of formulations of peptide angiotensin (1-7) and its analogues, agonist and antagonist using cyclodestrins, lipossomes and biodegradable polymers and/ or mixtures and products thereof” (China 02824013.8), a tecnologia foi desenvolvida pelos professores da UFMG Rubén Dario Sinisterra, do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas, Frédéric Jean Georges Frezard e Robson Augusto Souza dos Santos, ambos do Departamento de Fisiologia e Biofísica, do Instituto de Ciências Biológicas e por Ana Paula Nadu, doutora pela UFMG. A patente foi depositada no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual em 2001 e, em 2002, no PCT (Patent Cooperation Treaty). Além da China e dos Estados Unidos, há pedidos de proteção em análise na Coréia, Europa, Índia, Japão e México.