Um dos painéis que compuseram a programação desta sexta-feira, dia 11, do IV Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde e II Workshop do Laboratório de Excelência e Inovação em Telessaúde – América Latina e Europa tratou do desenvolvimento da telessaúde na América Latina. O sociólogo chileno Andrés Fernandez, da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), afirmou que transformações sociodemográficas que apresentam inequidade são um desafio a mais para a saúde pública. Ele observou também que, atualmente, há uma “explosão” de iniciativas públicas, privadas e mistas na área da saúde eletrônica. Segundo ele, para aprimorar tais iniciativas é preciso haver integração dos serviços, financiamentos e estrutura organizacional, um marco jurídico legislativo, infraestrutura e serviços para trabalho em rede, sistemas de educação a distância (para profissionais, pacientes e seus cuidadores), compartilhamento de experiências, avaliação de resultados e propostas de novas práticas. O antropólogo italiano Enrico Petrangelli falou sobre As experiências de estruturação em rede de projetos internacionais e destacou a importância da proteção social em saúde e do atendimento às classes mais excluídas, entre outros fatores. O engenheiro de telecomunicações Francisco Evangelista Vieira, que integra a equipe do Banco Interamericano de Desenvolvimento, salientou que o BID é um dos mecanismos de financiamento de projetos. Entre esses projetos ele citou o Protocolos regionais de política pública para telessaúde, cuja execução é de responsabilidade da Fundep/UFMG. Integram o projeto, além do Brasil, o Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, México, Uruguai e Argentina (país observador). O objetivo é gerar um conjunto de protocolos regionais de políticas públicas, harmonizadas e consensuadas, sobre bens e serviços de telessaúde. A situação da telemedicina na Argentina foi o tema da apresentação da oftalmologista Gisele Riccur, que destacou algumas instituições que contribuem para o desenvolvimento da prática naquele país. A médica Alaneir de Fátima dos Santos, presidente do Congresso, representou o Laboratório de Excelência e Inovação em Telessaúde – América Latina e Europa, vinculado à UFMG e à Prefeitura de Belo Horizonte. De acordo com ela, o Laboratório tem como finalidade constituir um fórum permanente de troca de experiências em telessaúde entre países da América Latina. Para isso, desenvolve ações como a publicação da Revista Latino-Americana de Telessaúde, “um importante veículo de divulgação”; cursos de formação a distância em telessaúde – está em fase de estruturação um curso de mestrado na área; realização de webconferências internacionais em atenção primária e protocolos regionais de telessaúde. Outro aspecto ressaltado por Alaneir dos Santos foi o foco na formulação e implantação de um projeto de telessaúde cooperado para a região amazônica, que, segundo ela, “será possível com a união de forças das diversas instituições que atuam na área”. A programação do Congresso neste sábado, dia 12, vai contar com a mesa-redonda Serviço
Projetos nacionais de telessaúde no mundo, os painéis Experiências de telessaúde em atenção pré-hospitalar e urgência, Desafios e tendências na implantação de projetos de telessaúde e Estruturação e avaliação de projetos de telessaúde, além da apresentação de trabalhos e dos encontros de telenfermagem e teleodontologia. O encerramento do Congresso será realizado às 16h30.
Evento: IV Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde e II Workshop do Laboratório de Excelência e Inovação em Telessaúde – América Latina e Europa
Data: 9 a 12 de dezembro
Local: Dayrell Hotel: rua Espírito Santo, 901, Centro de Belo Horizonte
Telefone: (31) 3248-0200
Programação: www.telessaude2009.com.br