O engenheiro aeronáutico e piloto russo Nikolay Timofeev, tricampeão mundial de acrobacias aéreas e ex-piloto de provas da fábrica russa de aviões Sukhoi, estará no Brasil entre 21 a 27 de abril, para auxiliar no aperfeiçoamento do avião de acrobacias CEA-309 Mehari, desenvolvido pelo Centro de Estudos Aeronáuticos (CEA) da UFMG. Ele irá ao hangar da Universidade na cidade de Conselheiro Lafaiete, onde conhecerá a aeronave, lançada em outubro do ano passado. Além de participar do desenvolvimento do avião, Timofeev vai dar continuidade ao treinamento do piloto Marcos Geraldi, principal financiador do projeto Mehari. O treinamento foi iniciado em novembro, quando Geraldi esteve nos Estados Unidos, onde vive Timofeev, acompanhado do professor da UFMG e coordenador do projeto, Paulo Iscold. A Sukhoi construiu, entre o final da década de 1980 e início da década de 1990, os aviões Sukhoi 26 e Sukhoi 31, líderes em campeonatos mundiais de acrobacias aéreas. “Timofeev foi piloto de provas e ajudou no desenvolvimento desses aviões, além de ter conquistado campeonatos a bordo dos modelos”, conta Iscold. Mehari O piloto Marcos Geraldi, principal financiador do Mehari, salienta que a construção de um avião de categoria ilimitada é um processo complexo e dividido em diversas etapas. Como piloto de testes, Geraldi acompanha de perto a evolução do protótipo. Corrida aérea (Assessoria de Imprensa da UFMG)
Projetado e construído pelo Centro de Estudos Aeronáuticos (CEA) da UFMG, o Mehari é o primeiro avião brasileiro capaz de voar na chamada classe ilimitada, a categoria mais elevada das competições de acrobacias aéreas, algo similar ao que a Fórmula 1 representa para as corridas automobilísticas. O professor de Engenharia Aeronáutica da UFMG e coordenador do projeto, Paulo Iscold, explica que o Mehari foi projetado para executar manobras extremamente complexas, atingindo até 400º por segundo e 430 km/h. “É um protótipo desenvolvido para competições internacionais”, diz.
No ano passado, peças desenvolvidas pelo Centro de Estudos Aeronáuticos (CEA) da UFMG foram utilizadas na quinta edição da Red Bull Air Race, o Mundial de Corrida Aérea, disputado na Enseada de Botafogo em 2007, quando atraiu mais de um milhão de pessoas. Este ano, a etapa carioca do evento será realizada no Aterro do Flamengo, nos dias 8 e 9 de maio. As peças foram usadas nas aeronaves dos pilotos Glen Dell, sul-africano, e Hannes Arch, austríaco. Antes da competição, engenheiros da UFMG estiveram na África do Sul para testar as modificações projetadas para o avião de Dell. Nos testes, foi utilizado um sistema de telemetria, também desenvolvido pelo CEA, que permite que os engenheiros acompanhem, em terra, tudo que ocorre na aeronave. O processo de transferência de tecnologia do CEA para os dois pilotos foi feito em conjunto com a Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG.