Começou nesta quinta-feira a exposição dos trabalhos de alunos do ensino médio na semana UFMG Conhecimento e Cultura, por meio do XI UFMG Jovem e da IV Feira de Ciências da Educação Básica de Minas Gerais (FECEB-MG). O evento expõe trabalhos de escolas de diversos municípios de Minas Gerais, entre eles, São João del-Rei, Guaranésia, Januária e Azurita. O espaço, que possui dois andares e se estende para os laboratórios, reúne trabalhos de estudantes do Coltec do curso de Eletrônica, Automação Industrial, Oficina de Mecânica, entre outros. Muitos dos trabalhos expostos estão associados ao conceito de desenvolvimento sustentável, como o projeto dos alunos da Escola Estadual Olegário Maciel, Biocombustível e o carrinho elétrico. Os alunos de Januária pesquisaram alternativas de combustível e desenvolveram um carrinho elétrico. “Eles utilizaram um carrinho de supermercado e acrescentaram a ele uma bateria e um motor. Por meio de um sistema eletromecânico fizeram então com que esse motor transformasse a energia potencial da bateria em energia cinética para movimentar o veículo", explica a professora Cacilda de Oliveira. Uma das novidades da feira deste ano é a presença da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O projeto Problemas ambientais: causas e efeitos foi realizado por adultos que estão concluindo o ensino médio em Azurita, distrito de Mateus Leme. Eles desenvolveram uma pesquisa das áreas poluídas de seu município para apresentar o resultado do despejo de esgoto em córregos e rios da região. Para a exposição, eles desenvolveram uma maquete, onde apresentam a coleta seletiva e métodos para o tratamento do lixo, de forma a reduzir os impactos ambientais. Geração surda Já Felipe Augusto Vitoriano, aluno do 2º ano da Fundação Bradesco, em São João del Rei, partiu de uma dificuldade pessoal - levantar cedo - para desenvolver o dispositivo Dibmel - despertador inteligente com base móvel e estímulo luminoso. Ele contém uma lâmpada de gás halôgeno, cuja iluminação se aproxima à do Sol, e acende quinze minutos antes do horário programado e apaga quando o despertador toca. "Dessa forma o organismo é preparado para despertar, já que a luz solar reduz drasticamente a produção de melatonina, hormônio que induz o sono", explica ele. Já a base móvel do dispositivo tem a função de fazer com que a pessoa se levante da cama. "Essa base pode ser colocada em outro cômodo, por exemplo, o banheiro, e o despertador só para de tocar quando colocado sobre ela”, explica Felipe Augusto. O garoto, que sempre à recorreu à função "soneca" do despertador do celular para ficar mais um tempo na cama, foi orientado pela professora de física Ana Maria Braga. "Chegamos a elaborar um questionário com a ajuda de uma psicóloga e observamos que quantidade considerável entre os 136 entrevistados tinha dificuldade de se levantar de manhã, principalmente os adolescentes e adultos até 29 anos”, conta o estudante. A mostra de trabalhos na área externa do Coltec é aberta ao público e acontece das 8h às 17h. Amanhã o evento continua com a exposição dos trabalhos técnico-científicos, seminários e várias oficinas, como Água na Física, Caravana da Saúde, Cerâmica- aplicações, entre outras. O show de encerramento, que acontece amanhã no gramado da Reitoria, às 19h30, conta com o espetáculo Quebranto – a dança dos orixás, do grupo Sarandeiros.
Outros projetos trabalham na linha da consciência ambiental. Um grupo de alunas de Guaranésia desenvolveu pesquisa sobre os riscos de se escutar som alto em fones de ouvido, costume muito frequente entre os adolescentes. “Acho até que podemos chamar nossa geração de a geração surda”, comenta Lara Marcelino, estudante. O nome do trabalho é Mundo silencioso e explica os resultados do som alto no nosso organismo, entre eles o aumento da pressão arterial, dos batimentos cardíacos e, para os mais sensíveis, dor de cabeça e enjoos. Para ilustrar as informações coletadas, uma das alunas mede os batimentos cardíacos antes e depois da exposição aos fones de ouvido com música alta.