Projetado no Centro de Estudos Aeronáuticos do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG, o avião CEA 308 quebrou esta semana três recordes mundiais: velocidade da aeronave em 15 e 100 quilômetros e tempo de subida até três mil metros. Nesta quinta-feira, 2, a equipe tentará bater a marca de velocidade em três quilômetros. Os voos acontecem no aeroporto regional da Zona da Mata, próximo a Juiz de Fora. "Nunca no Brasil havia sido quebrado um recorde mundial em aeronaves motorizadas", informa o professor Paulo Iscold. Segundo ele, a aeronave alcançou, em 15 quilômetros, 329 km/h - o recorde anterior era de 292 km/h. Em 100 quilômetros, o avião atingiu a marca de 326 km/h, enquanto o recorde anterior era de 297 km/h. O tempo de subida até três mil metros ficou entre nove e dez minutos. “Este último recorde depende de um dado técnico para ser confirmado, mas como a diferença em relação à marca anterior – 13 minutos e 40 segundos – é grande, a equipe já considera o recorde batido”, afirma Iscold. Um oficial da National Aeronautic Association (NAA), dos Estados Unidos, e um oficial da Comissão Aerodesportiva Brasileira (CAB), órgão ligado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ambos representando a Federação Aeronáutica Internacional (FAI), são os juízes responsáveis por acompanhar as tentativas de quebra de recorde. O avião Os 195 quilos da aeronave desenvolvida na UFMG foram distribuídos em 5,7 metros de envergadura, 6,1 metros de comprimento e um motor convencional. Já o desenho aerodinâmico do protótipo foi construído por meio de software criado por Paulo Iscold na própria universidade. O CEA 308, de 2001, foi a sexta aeronave desenvolvida pelo Centro de Estudos Aeronáuticos da UFMG – hoje, esse número chega a dez –, único, numa universidade brasileira, a projetar e construir aviões-conceito. No mundo, apenas as instituições de ensino superior alemãs investem na produção de protótipos. (Com Assessoria de Imprensa da UFMG)
Construído com materiais compostos e madeira, o CEA 308 é um avião-conceito que, para a quebra de recordes, se enquadra na categoria C1A0, destinada, segundo a Fédération Aéronautique Internationale, a modelos com motor a pistão, hélice e peso total de decolagem – incluindo gasolina, piloto e equipamentos de segurança – inferior a 300 quilos.