Universidade Federal de Minas Gerais

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Equipamentos estão distribuídos em 12 áreas da capital

UFMG e Prefeitura monitoram chuvas para desenvolver sistemas de alerta e prevenção em áreas de risco

terça-feira, 7 de dezembro de 2010, às 7h40

Qual o limite seguro de chuva para uma cidade como Belo Horizonte? É possível estabelecer valores que indiquem estado de alerta, sobretudo para as áreas de risco? Dados colhidos em monitoramento realizado em parceria entre a UFMG e a Companhia Urbanizadora da capital (Urbel) apontam para a possibilidade de se definir índices de precipitação considerados críticos. Chuvas acumuladas em até três dias, com quantidades que variam de 50 a 80 milímetros, sugerem situação perigosa que pode levar a escorregamentos de encostas.

Quando se trata de precipitações intensas, ocorridas em poucas horas, considerou-se a média de 70 milímetros como responsável pela incidência de deslizamentos, mesmo sem chuvas nos dias anteriores.“Trata-se de uma tendência, observada nos períodos chuvosos de 2007 a 2010”, explica a professora Maria Giovana Parizzi, do departamento de Geologia do IGC, ao comentar que essas são as primeiras conclusões da parceria entre as duas instituições, com o intuito de monitorar cientificamente áreas de risco e de desenvolver sistema de alerta. O monitoramento é feito por 12 pluviógrafos, equipamentos que medem em tempo real a intensidade e o local de ocorrência das precipitações.

Outros dois equipamentos – linígrafos – instalados nas estações de tratamento de esgoto (ETEs) do Ribeirão do Onça e do Rio Arrudas medem a elevação do nível dos dois cursos de água durante e após as chuvas. A precipitação de 147 milímetros que caiu em Belo Horizonte em apenas sete horas, na madrugada de 23 de novembro, por exemplo, elevou em quatro metros o nível do Ribeirão do Onça. “No futuro, com dados mais precisos, poderemos saber que tipo e que quantidade de chuva podem provocar uma enchente”, antecipa Giovana Parizzi. A pesquisadora afirma que, embora as informações não sejam resultantes de dados observados por muitos anos, já mostram uma relação direta entre tais índices e situações como movimentos de terra e alagamentos.

Bandeira vermelha
O volume pluviométrico esperado a cada ano na capital mineira é, em média, de 1.500 milímetros, distribuídos entre setembro a março. Devido à capacidade do solo para escoamento das águas, o tempo entre as precipitações torna-se fator crucial quando se trata de segurança. Por isso, o estabelecimento de índices críticos para chuvas acumuladas e chuva intensa pode prevenir acidentes, explica a professora. “Temos visto que as chuvas de verão são as mais perigosas, por serem intensas. Quando cai em torno de 70 milímetros em um curto intervalo de tempo, pode-se esperar escorregamentos, enchentes, alagamentos e inundações”, comenta Giovana Parizzi, ao lembrar a data de 31 de janeiro de 2008, em que 100 milímetros de chuva em um único dia provocaram 24 deslizamentos de encostas.

A pesquisadora acredita que a definição e a divulgação em tempo real de tais índices podem ser utilizadas para prevenir acidentes e facilitar o trabalho das equipes de vistoria das áreas de risco, sobretudo quando as precipitações ocorrerem à noite.“Valores considerados críticos poderiam, por exemplo, fazer soar um alarme, indicando a necessidade de remoção das pessoas ou de interdição de algumas ruas. Funcionaria como a bandeira vermelha que os salva-vidas colocam na praia nos momentos em que o mar está mais perigoso”, exemplifica a professora.

Convênio
Estabelecido oficialmente em 2010, o convênio entre a UFMG e a Urbel prevê o compartilhamento dos dados fornecidos pelos pluviógrafos e linígrafos, dez dos quais pertencem ao órgão municipal e os outros quatro à UFMG, adquiridos com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). Distribuídos em áreas consideradas de risco nas nove regionais da cidade, os equipamentos são informatizados – possuem chip de celular e estão ligados a um modem com telemetria GSM. A cada 15 minutos enviam dados reais sobre as precipitações pluviométricas e o nível dos rios.

“Temos procurado interpretar esses dados, para definir quantos milímetros de chuva em Belo Horizonte são necessários para iniciar o escorregamento em cada região, considerando o tipo de solo. Também começamos a interpretar informações sobre o início das inundações”, diz a professora. O trabalho tem rendido pesquisas que resultam em dissertações, como a da aluna Cristiane Silva Sebastião, defendida na semana passada, que tratou de correlações entre pluviosidade e movimentos de massa para o município de Belo Horizonte, e as dissertações em andamento dos programas de Pós-graduação em Geologia do IGC e de Transportes e Geotecnia da Escola de Engenharia das alunas Patrícia Elizamma Reis, Luciane Castro Campos e Luciene Menezes, respectivamente, sobre a predisposição à formação de enxurradas na capital mineira; avaliação de riscos; e alcance dos escorregamentos de taludes de Belo Horizonte. Os três trabalhos serão defendidos no início de 2011. Também estão sendo produzidas pesquisas de iniciação científica e monografias de graduação.

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